Topo

Ex-comandante do Costa Concordia deu aula de "gestão de crise" em faculdade

Do UOL, em São Paulo

06/08/2014 09h24Atualizada em 06/08/2014 10h40

Ex-comandante do navio Costa Concordia, o italiano Francesco Schettino foi convidado para palestrar em um curso da Faculdade de Medicina da Universidade La Sapienza sobre "gestão de pânico e crise".

Acusado pela morte de 32 pessoas no naufrágio do cruzeiro, Schettino foi duramente criticado nesta quarta-feira (6), quando a notícia de sua palestra veio à tona na Itália.

Schettino ficou conhecido mundialmente como o "capitão covarde", por ter abandonado a embarcação antes dos passageiros e tripulantes durante o acidente.

De acordo com a imprensa italiana, a palestra de Schettino ocorreu em julho, a alunos do curso Master em Ciências Criminológicas. Ele relatou anedotas relacionadas à sua experiência como comandante de navio, dando destaque, sobretudo, à gestão de situações de pânico e risco.

"Fui convidado como especialista e ilustrei aos estudantes a gestão do controle de pânico. Sei como se deve comportar em casos do gênero, como é preciso reagir quando há membros de etnias diferentes na equipe", disse Schettino, que responde à Justiça pelo naufrágio do Costa Concordia, em janeiro de 2012, na ilha de Giglio.

A ministra da Educação da Itália, Stefania Giannini, considerou o fato "desconcertante".

O reitor da La Sapienza, Luigi Frati, também condenou a escolha de Schettino para a palestra e anunciou o afastamento dos professores que fizeram o convite.

"Uma escolha indigna e inoportuna a de convidar uma pessoa em julgamento por crimes tão graves para uma aula em uma comunidade educacional. Schettino é um personagem negativo, responsável pela morte de 30 pessoas. No seu lugar, eu me esconderia", disse Frati.

Nas redes sociais, os internautas italianos demonstraram indignação com o acontecimento.

O navio Costa Concordia naufragou após colidir com rochas na ilha de Giglio. A embarcação tombou e ficou encalhada no local até o mês passado, quando uma complexa operação permitiu seu reboque até o porto de Gênova. (Com agências internacionais)