Funcionário de crematório pode ficar com ouro tirado de corpos, diz Justiça alemã
Um tribunal em Erfurt, na Alemanha, decidiu que o funcionário de um crematório pode ficar com o ouro que extraiu de joias e dentes de corpos que foram incinerados no local. O cemitério havia entrado com uma ação judicial contra o homem, pedindo indenização de 250 mil euros (R$ 753 mil), segundo informações do site "Russia Today".
A Justiça alemã decidiu que os bens em ouro deixados com os cadáveres antes de serem cremados “não pertenciam a ninguém” e, portanto, o funcionário “não cometeu nenhum crime”.
Identificado apenas como Walter L., 55, o alemão teria lucrado com o ouro vendido cerca de 600 mil euros (R$ 1,8 milhão). Junto com mais oito pessoas que participavam do esquema, o funcionário do crematório retirava os objetos de ouro e depois fundia o metal. Ele teria obtido ao menos 31 kg de ouro dessa forma enquanto trabalhou em um crematório de Hamburgo de 2003 a 2011.
Durante o processo, o réu afirmou ter gasto o dinheiro obtido com o ouro em viagens ao exterior e na compra de carros e, portanto, não poderia restituir o cemitério conforme pedido na ação.
Na Alemanha, a maioria dos crematórios separa objetos valiosos de metal das cinzas após a incineração e doa o material às autoridades locais. A renda é usada para doações ou no pagamento de despesas municipais.
O caso causou polêmica no país, dada as semelhanças da prática com a dos nazistas em campos de concentração no Holocausto, que também recolhiam ouro das vítimas antes de incinerá-las.
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