Mortes de imigrantes aumentaram 70% em 2014, diz relatório
As mortes de imigrantes registraram um aumento de 70% em 2014, de acordo com estatísticas divulgadas nesta segunda-feira (29) pela Organização Internacional para Imigração (IOM, na sigla em inglês), em reunião no escritório das Nações Unidas, em Genebra, na Suíça.
De acordo com o relatório "Jornadas Fatais: Rastreando Vidas Perdidas durante a Imigração", 4.077 imigrantes morreram de janeiro a setembro de 2014 - em todo o ano de 2013, foram 2,4 mil vítimas. No total, o levantamento calcula que a imigração está diretamente ligada à morte de 40 mil pessoas desde o ano 2000.
As traiçoeiras rotas de imigração do Mar Mediterrâneo respondem pela maior parte das mortes em 2014: 3.072 (75%). Em seguida, aparecem o Leste da África (251 mortes), a fronteira entre o México e os Estados Unidos (230 mortes) e o Golfo de Bengala, no Oceano Índico (205 mortes).
A Europa é apontada como o destino mais perigoso para imigrantes ilegais: mais de 22 mil pessoas morreram desde 2000 (4 mil apenas no período de 2013 até agora). Apesar do perigo, cresce o número de imigrantes que cruzam o Mar Mediterrâneo em busca de abrigo em solo europeu. O relatório relembra a morte de 360 imigrantes africanos que deixaram a Eritreia e a Somália em outubro de 2013 e naufragaram ao tentar alcançar a ilha de Lampedusa, na Itália.
A fronteira entre México e Estados Unidos é citada no relatório como uma região crítica, onde 6 mil imigrantes perderam a vida desde 2000. Mas as estatísticas apontam tendência de redução do número de vítimas na rota entre os dois países.
Os dados estatísticos para a produção do relatório foram coletados junto a governos e agências. Segundo o chefe do Departamento de Pesquisa da IOM, Frank Laczko, os números podem ser ainda maiores. "Apesar do grande volume de recursos gastos na coleta de dados sobre imigração e controle das fronteiras, poucas agências reúnem e publicam dados sobre mortes de imigrantes", afirmou. Além disso, acrescentou Laczko, muitas mortes ocorrem em regiões remotas, e nunca são registradas.
Para o diretor-geral da IOM, William Lacy Swing, é preciso fazer mais do que apenas contar as vítimas. "É hora de o mundo se engajar para acabar com essa violência contra imigrantes desesperados", disse Swing.
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