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Itamaraty pede que brasileiro condenado à morte na Indonésia seja hospitalizado

Ana Cristina Campos

Da Agência Brasil, em Brasília

19/02/2015 13h38

O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quinta-feira (19) que um representante da Embaixada do Brasil em Jacarta (Indonésia) entregará em mãos, amanhã, uma carta ao diretor da Penitenciária Pssar Putih, onde está preso o brasileiro Rodrigo Gularte. O objetivo é solicitar sua transferência para um hospital psiquiátrico na cidade de Yogyakarta. Gularte, de 42 anos, está detido desde 2004, após entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, e foi condenado à morte no ano seguinte.

Gularte foi diagnosticado com esquizofrenia, quadro que foi confirmado em laudo assinado por um psiquiatria da rede pública da Indonésia. Segundo o jornal "Jakarta Post", a Procuradoria-Geral do país vai pedir uma segunda opinião médica para decidir o destino do brasileiro. A legislação local prevê que o condenado deve estar plenamente ciente da execução.

A Indonésia adiou a execução de sete estrangeiros, incluindo a do brasileiro e as de quatro indonésios, previstas para este mês, alegando problemas logísticos na prisão da ilha de Nusakambangan, onde ocorreriam os fuzilamentos. Todos tiveram o pedido de clemência negado pelo presidente indonésio, Joko Widodo. A nova data ainda não foi marcada.

A Austrália tem feito grande pressão para que Jacarta suspenda a execução de dois cidadãos australianos que estão no corredor da morte junto com o brasileiro. Andrew Chan, 31, e Myuran Sukumaran, 33, também foram condenados por tráfico de drogas. Ontem, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, pediu à Indonésia para lembrar da importante ajuda do país quando ocorreu o devastador tsunami de 2004.

Tony Abbott afirmou que continua fazendo “as mais fortes representações pessoais” ao presidente indonésio, advertindo que ficaria “tremendamente desiludido” se os seus pedidos de clemência forem ignorados.

No dia 17 de janeiro, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado na Indonésia por tráfico de drogas. Ele foi o primeiro brasileiro executado por crime no exterior.