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Bachelet pede que todo o gabinete renuncie; rejeição a chilena chega a 64%

Mario Ruiz/EFE
Imagem: Mario Ruiz/EFE

Monica Yanakiew

Da Agência Brasil

07/05/2015 08h00

Quatorze meses após ter assumido seu segundo mandato e em meio a um escândalo de corrupção envolvendo seu filho, a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, pediu a todos os ministros que entreguem seus cargos. Ela disse que vai definir o novo gabinete nas próximas 72 horas.

O anúncio foi feito na quarta-feira (7) durante uma entrevista a um canal de televisão chileno, após a publicação de uma pesquisa de opinião revelando que o índice de rejeição a Bachelet, em abril, foi de 64%.

No programa, sobre atualidade chilena, a presidenta disse que o país vive uma crise de desconfiança e pediu desculpas por “importantes erros” cometidos, referindo-se a forma como lidou com o escândalo de corrupção, envolvendo o filho, Sebastian Davalos, e a nora, Natalia Compagnon.

“Não tive a força de ter criticado o que deveria ter criticado”, disse Bachelet, na entrevista ao jornalista Mario Kreutzberger. A presidenta ficou sabendo do escândalo enquanto estava de férias.

A revista chilena Que Pasa denunciou que Sebastian Davalos e sua mulher, Natalia Compagno,n teriam usado “informação privilegiada” e “tráfico de influências” para obter um empréstimo bancário equivalente a US$ 10 milhões.

Na época, Davalos era assessor presidencial – um cargo, sem remuneração, ao qual acabou renunciando em fevereiro passado, por causa do escândalo.

Segundo a reportagem, que deu origem a uma investigação, o casal teria usado o dinheiro para comprar terrenos, que foram vendidos em seguida por US$ 5 milhões a mais. A presidenta disse ainda que nunca teve conhecimento de que sua nora e seu filho estavam metidos “num negócio” de especulação imobiliária.

Bachelet contava com um alto índice de aprovação quando concluiu o primeiro mandato e ao assumir o segundo.

Em 14 meses, ela conseguiu cumprir importantes promessas feitas durante a campanha – como a reforma da legislação eleitoral e da educação (duas heranças da ditadura de Augusto Pinochet). Ela também enfrentou desastres naturais – o mais recente deles, a erupção do vulcão Calbuco. Mas o escândalo de corrupção, como a presidenta admitiu – acabou afetando a sua imagem. (Com agências internacionais)