Costa do Marfim proíbe cremes de clareamento de pele
A Costa do Marfim proibiu cremes de clareamento da pele que são amplamente utilizados na África ocidental, por causa de temores de que causem danos duradouros à saúde, informou o Ministério da Saúde na última quarta-feira (6). "Estes cremes estão proibidos a partir de agora", informou o órgão.
De acordo com o jornal britânico "Guardian", a proibição afeta os cremes e loções que contêm mercúrio e derivados, como cortisona e vitamina A, que tem 2% de hidroquinona, um agente de clareamento que é usado para revelar fotografias.
"O número de pessoas com efeitos colaterais causados por estes medicamentos é muito alto", disse Christian Doudouko, um membro da autoridade farmacêutica da Costa do Marfim, alertando que eles poderiam causar câncer de pele.
"Os produtos de clareamento também podem levar à hipertensão e diabetes", disse Elidje Ekra, um dermatologista no hospital universitário Treichville, em Abidjan.
Cremes de clareamento foram populares durante anos entre jovens mulheres africanas que os vêem como uma maneira de tornar-se mais atraente.
Embora não existam números oficiais sobre quantas mulheres utilizam esses produtos em toda a África, outdoors que anunciam os cremes podem ser vistos em cidades de todo o continente.
"Em nossas culturas, algumas pessoas pensam que as mulheres com pele clara são mais bonitas. Este padrão de beleza leva muitas meninas a clarear a pele ", disse Ekra.
"O que vemos na mídia é que, quanto mais clara a pele, melhor é a vida da pessoa", acrescentou, referindo-se a propagandas que enchem as ruas de Abidjan, maior cidade da Costa do Marfim, mostrando modelos com pele mais clara do que a média.
Os cremes também são bem populares em muitos países da Ásia, incluindo Índia, Paquistão e Japão, bem como no Oriente Médio.
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