Evo Morales diz que "guerra suja" nas redes sociais causou derrota em referendo
O presidente boliviano Evo Morales, no poder desde 2006, reconheceu nesta quarta-feira (24) sua derrota no referendo do último domingo, que o impede de se candidatar a um quarto mandato consecutivo, entre 2020 e 2025.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia confirmou no fim da noite de terça o triunfo do "Não" no referendo, com 51,31% dos votos contra 48,69% do "Sim", com 99,49% das urnas apuradas.
"Respeitamos os resultados, faz parte da democracia", afirmou Morales em uma coletiva de imprensa no Palácio Quemado em La Paz. "Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra", acrescentou, dizendo que o MAS (Movimento ao Socialismo), seu partido, venceu "todas as batalhas, com exceção deste referendo".
Segundo o presidente boliviano, a derrota ocorreu por causa de "uma guerra suja nas redes sociais, com muitas mentiras", protestou Morales. Ele também afirmou que decidir a modificação na constituição não é o mesmo que votar por um candidato, acrescentando que seu partido tem 50% dos votos no país.
"Vamos continuar, com os movimentos sociais e o povo boliviano. A luta segue", declarou.
O referendo
O triunfo apertado do "Não" sobre o "Sim" é uma rejeição à proposta do governo de modificar um artigo da Constituição para ampliar o número de mandatos presidenciais consecutivos permitidos de dois para três.
Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, pediram apoio à proposta com a intenção de concorrerem outra vez no pleito de 2019 para buscar um quarto mandato consecutivo até 2025.
Ambos governam a Bolívia desde 22 de janeiro de 2006, assumiram seu segundo mandato em 2010 e o terceiro em 2015.
A dupla presidencial pôde se apresentar ao pleito de 2014 graças a uma decisão do Tribunal Constitucional que aprovou que seu primeiro mandato (2006-2010) não entrou na conta porque o país teve uma nova Constituição promulgada em 2009.
Morales, cujo terceiro mandato será concluído em janeiro de 2020, antecipou há poucos dias que se o "Não" vencesse, seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), concorreria no pleito de 2019 com outros candidatos. (Com agências internacionais)
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