Ex-mulher diz que sequestrador de avião batia nela e nos filhos

A ex-mulher do homem que, segundo autoridades do Chipre, admitiu ter sequestrado o avião da companhia EgyptAir na última terça-feira afirmou que seu ex-marido é "extremamente perigoso", aterrorizava a família e batia nela e nos filhos.
Em declarações ao jornal "Phileleftheros", a cipriota Marina Paraschou rejeitou insinuações de que o sequestro do Airbus A320 tenha tido motivações românticas.
Seif al-din Mustafa, 59, tomou o controle da aeronave, que fazia a rota Alexandria-Cairo, com 72 passageiros e tripulantes, afirmando estar com um cinturão de explosivos que depois se mostrou ser falso. Ele forçou o desvio da rota para o Chipre para, supostamente, rever a mulher e os fiilhos.
"Quando alguém fica sem ver sua família durante 24 anos e quer ver sua esposa e seus filhos, e o governo egípcio não o permite, o que deve fazer?", disse ele à polícia do Chipre em um comunicado.
Paraschou, porém, disse que Mustafa sequer pediu para falar com ela.
"Esse homem nunca se importou com seus filhos", disse ela na entrevista, segundo o jornal britânico "The Guardian". "Ele só tinha dor, tristeza e terror a oferecer. E mesmo agora, com ele sob custódia policial, eu e meus filhos temos medo."
Paraschou e Mustafa se casaram em 1985 e se divorciaram cinco anos depois, segundo o relato dela.
Enquanto estiveram casados, eles viveram na casa dos pais dela. Mustafa tinha dificuldades para se manter em um trabalho por muito tempo e agredia a família quando tinha dificuldade em manter o vício em drogas, contou.
Mustafa tem uma longa ficha criminal, segundo autoridades egípcias e cipriotas, com ofensas que vão desde a falsificação de passaportes a violência doméstica contra a ex-mulher.
Na última quarta-feira, um tribunal de Larnaca (Chipre) ordenou que ele seja mantido sob custódia durante oito dias sob acusação de sequestro, ameaça de violência, delitos relacionados a terrorismo e duas acusações relacionadas à posse de explosivos.
Essas últimas acusações têm relação com a afirmação do acusado de estar levando explosivos, embora o cinturão fosse falso.