Genro de Trump pediu a embaixador russo canal secreto com o Kremlin, diz jornal
Do UOL, em São Paulo
26/05/2017 20h25
O site do jornal “Washington Post” informou nesta sexta-feira (26) que o genro de Donald Trump, Jared Kushner, e o embaixador russo, Sergei Kislyak, discutiram, durante um encontro em dezembro, a possibilidade de estabelecer um canal secreto e seguro de comunicação entre o Kremlin e a equipe de transição de governo. Citando funcionários dos EUA informados em relatórios de inteligência, a ideia seria proteger as discussões do monitoramento realizado antes da posse de Trump.
Na véspera, o jornal noticiou que Kushner, casado com Ivanka Trump, ambos conselheiros do presidente dentro da Casa Branca, é investigado pelo FBI no caso que apura a influência russa na eleição americana. O ex-assessor de segurança da Casa Branca, Michael Flynn, também participou do encontro. Ele é investigado oficialmente pelo FBI e, nesta semana, usou o seu direito de manter-se em silêncio.
O diplomata russo, segundo o jornal, teria reportado a seus superiores em Moscou que Kushner fez a proposta durante um encontro realizado no começo de dezembro na Trump Tower, de acordo com comunicações russas interceptadas. Kislyak disse que o genro de Trump pediu que os encontros fossem realizados em missões diplomáticas russas nos EUA, como a embaixada ou os consulados.
A Casa Branca revelou o encontro em março, e o considerou insignificante. Mas pessoas ligadas ao caso do FBI dizem que a polícia federal americana agora considera o encontro, além de uma reunião de Kushner com um banqueiro russo, fatos de interesse da investigação.
Tanto a Casa Branca como o advogado de Flynn se recusaram a comentar. A embaixada russa não respondeu aos pedidos do jornal sobre um posicionamento.
O jornal diz que foi informado do encontro por meio de uma carta anônima ainda em dezembro. Nesta semana, oficiais confirmaram que o conteúdo da carta era consistente com a forma como a investigação apura que os eventos ocorreram. A carta cita ainda a possibilidade de que os encontros poderiam ser realizados em um "terceiro país".
Kushner é o único atual funcionário da Casa Branca que está em investigação pelo FBI nesse caso.