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EUA lançam míssil na Califórnia em teste contra ameaça norte-coreana

Coreia: uma península dividida em dois; entenda

AFP

Do UOL, em São Paulo

30/05/2017 17h32Atualizada em 30/05/2017 19h19

O Exército dos EUA realizou nesta terça-feira (30) o primeiro teste de defesa antimísseis envolvendo a simulação de um ataque com um foguete balístico intercontinental. O teste foi realizado a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia.

O míssil que deveria ser abatido foi lançado de base no atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall, no oceano Pacífico. O Pentágono confirmou que o teste foi bem-sucedido, mas não deu detalhes adicionais. O plano previa a intercepção do míssil sobre o mar.

O teste foi realizado em meio às ameaças e os testes balísticos realizados pela Coreia do Norte em sua tentativa de obter sucesso na produção de um míssil intercontinental com capacidade para atingir os EUA.

Esta foi a primeira vez que o Pentágono tentou derrubar um míssil de alcance intercontinental.

"Este sistema é de vital importância para a defesa da nossa pátria e esse teste demonstra que temos um interceptador com boa capacidade contra uma ameaça real", declarou o vice-almirante Jim Syring, diretor da Agência de Defesa de Mísseis dos EUA.

O porta-voz do Pentágono, o capitão Jeff Davis, afirmou que o teste não é feito especificamente pela crescente tensão com a Coreia do Norte.

"Em um sentido amplo, a Coreia do Norte é uma das razões pelas quais estamos testando este sistema", afirmou.

"A Coreia do Norte expandiu o tamanho e a sofisticação de suas forças de mísseis", acrescentou Davis. "Continuam realizando lançamentos de mísseis como o deste fim de semana e utilizando uma retórica agressiva, sugerindo que vão atacar os Estados Unidos".

Davis também falou da grande capacidade de mísseis do Irã como uma ameaça aos interesses americanos no Oriente Médio.

Teste de mísseis americanos - Lucy Nicholson/Reuters - Lucy Nicholson/Reuters
Imagem: Lucy Nicholson/Reuters

O teste ocorreu dois dias depois de a Coreia do Norte disparar um míssil que percorreu 450 quilômetros em direção ao leste até cair em águas da Zona Econômica Especial (ZEE) do Japão --espaço que se estende cerca de 370 quilômetros a partir de seu litoral.

Com o teste, o Pentágono pretende revisar o seu sistema de dissuasão nuclear, integrado por mísseis intercontinentais, bombardeiros estratégicos e submarinos nucleares, para determinar se há necessidades de modernização.

O exercício testa o desempenho do sistema de "defesa em terra na metade do percurso" (GMD), que teve alguns problemas em testes anteriores. A tecnologia que move o GMD é extremamente complexa e o sistema utiliza sensores disponibilizados globalmente para detectar e rastrear ameaças de mísseis balísticos.

Em uma estratégia que o Pentágono descreve como atingir uma bala com outra bala, o míssil é lançado ao espaço e em seguida libera um "Veículo Assassino Exoatmosférico" que utiliza energia cinética para destruir o objetivo que vem na sua direção.

O sistema GMD terá 44 interceptores até o final de 2017 --com bases no Alasca e na Califórnia-- de modo que poderá enfrentar um ataque lançado de outro país com vários mísseis. Mas ainda não é capaz de enfrentar um ataque em grande escala de países como Rússia ou China, que têm capacidade de lançar dezenas de mísseis simultaneamente. (Com agências internacionais)