Enfermeira acusada de 38 mortes é inocentada por envenenar idosa de 78 anos
Um tribunal de apelação em Bolonha, na Itália, inocentou a ex-enfermeira Daniela Poggiali da acusação de assassinato de uma paciente idosa, de 78, na cidade de Lugo, região da província de Ravenna. Daniela é suspeita de matar ao menos 38 pessoas em seu trabalho por considerá-las "irritantes".
Segundo o jornal italiano Corriere de La Serra, o júri chegou à conclusão de que "o fato não existiu", providenciando a soltura imediata de Daniela, de 45. Durante o julgamento, a acusada exclamou em comemoração: "Sim, sim!", reporta a publicação. Mesmo livre de pena pela morte da idosa, a ex-enfermeira pode vir a responder legalmente por outras mortes.
Em entrevista ao jornal, suas irmãs disseram estar "satisfeitas com esse resultado que finalmente fez o que é certo para com nossa irmã", embora "o que eles tiraram de nós não possa ser retornado". Para a advogada Maria Graza Russo, representante da vítima, a absolvição de Daniela representa "um grande sentimento de dor para a família".
Em primeira instância, Daniela havia sido condenada à prisão perpétua, acusada de ministrar uma dose letal de potássio à idosa. A vítima deu entrada no hospital em que a ex-enfermeira trabalhava em abril de 2014 com ferimentos leves, mas morreu subitamente, levantando suspeitas e levando as investigações às outras 37 mortes possivelmente ligadas à acusada.
Segundo a perícia encomendada pelo tribunal de apelação, no entanto, enquanto não é possível afirmar que a morte da idosa tenha se dado por conta de doenças prévias, como diabetes e problemas cardíacos, seu quadro também é só parcialmente compatível com o de envenenamento por potássio.
Durante o julgamento em primeira instância, o depoimento da filha mais velha da vítima, que afirmou que Daniela foi a última a visitar sua mãe 60 minutos antes de sua morte, pautou a primeira hipótese da acusação. Entretanto, segundo a perícia, essa janela de tempo é incompatível com a ação do potássio, que teria matado a idosa instantaneamente.
A segunda hipótese da acusação, também descartada, era que a dose letal teria sido injetada pelo pé da vítima, tendo, portanto, uma ação lenta. Nesse caso, porém, segundo a perícia, a idosa teria reclamado de fortes dores, o que não foi informado por sua filha, em juízo.
Daniela foi presa em outubro do mesmo ano. Desde então, ela seguia detida. À época de sua prisão, a polícia de Ravenna disse suspeitar que a ex-enfermeira não gostava de tratar pacientes que precisavam de cuidado extra ou que tinham parentes intrometidos.
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