Cúpula com Kim Jong-un pode ser adiada, afirma Trump
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira (22) que há uma chance "substancial" de a cúpula com o líder norte-coreano Kim Jong-un não ocorrer em 12 de junho, em Singapura, como estava previamente marcado. A afirmação foi feita a jornalistas enquanto Trump recebia o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, na Casa Branca.
Segundo Trump, o prazo de cerca de 20 dias é curto para acertar os detalhes para a cúpula ser finalizada. Além disso, ele disse ter "detectado" uma mudança de tom em Kim, após o líder norte-coreano ter se reunido por uma segunda vez com o presidente chinês, Xi Jinping, há algumas semanas. Para Trump, o chinês pode estar influenciando Kim.
O esperado encontro entre Estados Unidos e Coreia do Norte foi posto em xeque pela primeira vez na semana passada, quando o governo norte-coreano fez críticas aos EUA, relacionadas à exigência de Washington de que Pyongyang abandone unilateralmente seu arsenal nuclear.
Antes disso, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, visitou Pyongyang duas vezes, com o objetivo de preparar o encontro. No último encontro, ele ofereceu ajuda econômica em troca da desnuclearização da Coreia do Norte, e retornou com três americanos que estavam presos no país.
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A cúpula pode ser adiada ou cancelada, segundo Trump
O presidente norte-americano ressaltou que se o encontro não acontecer em junho, ele "pode acontecer no futuro". Mas também afirmou que os EUA estabeleceram suas condições para que a reunião ocorra e que, se elas não forem aceitas por Kim, o encontro será cancelado.
Trump ainda encorajou o líder da Coreia do Norte a seguir negociando um eventual acordo de paz, dizendo que o país "melhoraria muito em relação às condições de hoje".
"[Se o acordo acontecer] Seu país ficará rico e próspero. Veja o que aconteceu com a Coreia do Sul, que é um país incrível. São as mesmas pessoas. Se acontecer, acho que ele ficará feliz. Ele tem a chance de fazer algo que nunca foi feito. E no futuro, ele ficará muito orgulhoso do que fez pela Coreia do Norte e pelo mundo", disse Trump, afirmando também que "garantirá a segurança" de Kim Jong-un no encontro em Singapura.
O presidente norte-americano não respondeu se já conversou diretamente com Kim Jong-un. Ele ainda disse que, no geral, as relações entre EUA e Coreia do Norte melhoraram, lembrando da libertação dos três prisioneiros norte-americanos que estavam detidos em Pyongyang. "Conseguimos resgatar três reféns, que estão felizes com suas famílias. Essa relação tem funcionado."
Trump e Moon também trocaram elogios pelas negociações com Kim. O líder norte-americano disse que a postura do sul-coreano, que teve um encontro histórico com o líder norte-coreano em 27 de abril, estimula um potencial acordo, "mesmo que esse acordo aconteça ou não". "Ele é um bom homem, muito capaz e competente. Acima de tudo, ele quer o melhor para a península."
Questionado sobre o futuro da península após um eventual acordo, Trump disse que vê um cenário com duas Coreias "bem-sucedidas", e não uma reunificação imediata. "Talvez isso ocorra no futuro e isso seria ótimo, desde que ambas queiram se reunificar", afirmou Trump.
Passo atrás
A reunião já havia sido colocada em xeque na semana passada, quando Pyongyang criticou os exercícios militares conjuntos de Coreia do Sul e Estados Unidos e cancelou uma importante reunião de alto nível prevista com representantes de Seul.
Em seguida, a diplomacia norte-coreana disse que não aceitaria o "modelo líbio" de desnuclearização, conforme havia sido sugerido por John Bolton, assessor de Segurança Nacional de Trump, aumentando a tensão entre os países. A rejeição ao exemplo líbio ocorre por causa do que ocorreu com o ex-ditador Muammar Gaddafi, que abriu mão de seu programa nuclear em 2003 e, oito anos depois, foi deposto por rebeldes que receberam apoio dos EUA.
Moon chegou à Casa Branca em uma tentativa de manter o processo de aproximação entre Washington e Pyongyang, que incluiu um encontro histórico entre Kim Jong-un e o presidente da Coreia do Sul na zona desmilitarizada que divide os territórios, em 27 de abril. (Com agências internacionais)
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