Coreia do Norte realiza explosões e diz ter destruído central de testes nucleares
A Coreia do Norte realizou uma série de explosões nesta quinta-feira (24) na central de Punggye-ri, no ato que o país classificou como a demolição do local onde realizou seus seis testes nucleares nos últimos anos.
Diante da presença de jornalistas estrangeiros, o regime realizou as explosões em três túneis subterrâneos do local e torres de observação. Segundo a Associated Press, que acompanhou o ato, o regime aparentemente busca a divulgação das imagens dessa demolição para cumprir a promessa de encerrar a central nuclear. A maior parte das equipes de reportagem são de televisão.
Segundo a CNN, sua equipe ficou posicionada em uma plataforma de observação a cerca de 500 metros dos túneis nucleares 2, 3 e 4, que foram destruídos. A Coreia do Norte não informou detalhes sobre a detonação; a equipe da CNN informou que os explosivos que estavam visíveis, posicionados um ao lado do outro nos túneis, eram do tamanho de bolas de futebol.
Os jornalistas ficaram cerca de 10 horas na área do agora ex-centro de testes e observaram uma sucessão de explosões. No final, puderam observar o local de mais perto, notando que as entradas dos túneis ficaram bloqueadas por destroços. A reportagem da CNN ressalta, no entanto, que os presentes não puderam atestar se as explosões foram profundas o suficiente para destruir completamente os túneis.
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Não houve vazamento de material radioativo ou impacto negativo no ambiente adjacente em decorrência da destruição, segundo a agência norte-coreana KCNA.
"A descontinuidade dos testes nucleares é um processo importante em direção ao desarmamento nuclear global."
Há, no entanto, desconfiança das reais intenções da Coreia do Norte, que não permitiu a presença de inspetores e especialistas no local. Os jornalistas, de cinco países diferentes (EUA, Coreia do Sul, China, Rússia e Reino Unido) também foram proibidos de levar telefones via satélite e detectores de radiação.
Especialistas já alertavam desde o anúncio do fechamento do local que a Coreia do Norte controlaria o ambiente para permitir apenas a divulgação de imagens favoráveis ao regime.
A Coreia do Norte era o único país que ainda realizava testes subterrâneos antes do fechamento da central de testes.
O país disse que o processo de demolição envolveria o fim de todos os túneis com explosões, bloqueando completamente suas entradas, removendo todas as instalações de observação e pesquisa e derrubando estruturas usadas para guardar o local.
Demolição pode interessar ao regime
O fechamento de Punggye-ri, na região montanhosa do país, foi anunciado por Kim como um ato de abertura do regime às demandas de Estados Unidos e da comunidade internacional, dias antes da cúpula prevista entre o líder norte-coreano e Donald Trump em 12 de junho, em Singapura - e que agora, segundo os dois países, pode ser adiada ou mesmo cancelada.
A Coreia do Norte realizou seis testes nucleares subterrâneos desde 2006, todos em Punggye-ri. Sua mais recente e mais poderosa explosão, que o Norte alega ter sido de uma bomba de hidrogênio, foi em setembro do ano passado.
O desmantelamento marca o fim para o último local ativo do mundo para testes subterrâneos e oferece algumas ideias importantes sobre o tom de Kim no momento em que ele prepara o palco para a possível reunião com Trump.
Entretanto, alguns analistas acreditam que destruindo os túneis da base, o governo norte-coreano destrói também as provas de experiências anteriores realizadas no local, sem que os inspetores internacionais possam, por exemplo, obter amostras necessárias.(Com agências internacionais)
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