Imprensa mundial destaca ataque a Jair Bolsonaro; Guardian chama eleição de 'imprevisível'
Veículos de todo o mundo noticiaram o ataque a faca sofrido por Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (6).
"Em uma eleição particularmente imprevisível, Bolsonaro tem polarizado opiniões com suas opiniões sobre leis mais permissíveis para o porte de armas, seus ataques à esquerda e seu enaltecimento à ditadura militar", diz o britânico The Guardian.
"O candidato com mais intenção de voto e com mais rejeição entre o eleitorado foi atacado em um ato de campanha no estado de Minas Gerais", escreveu o espanhol El País.
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"Inúmeros vídeos nas redes sociais mostram Bolsonaro, cuja plataforma inclui acabar com o crime no maior país da América Latina, sendo atacado com uma faca na parte debaixo de seu estômago", descreveu a agência de notícias Associated Press.
O New York Times destaca que Bolsonaro "prometeu restaurar a ordem em um país sofrendo um aumento de violência, propondo facilitar que civis portem armas e que policiais matem criminosos."
"Declarações sobre mulheres, minorias e pessoas LGBT repeliram alguns brasileiros, mas atraíram muitos outros", diz a Bloomberg. Segundo o veículo, as ações e moeda brasileiras subiram após a notícia.
A rede britânica BBC também destacou o perfil do candidato: "O político controverso, que tem indignado muitos no Brasil com comentários racistas e homofóbicos, tem tido um desempenho forte nas pesquisas recentes para as eleições do mês que vem".
O também britânico Mirror descreveu que o candidato "gritou em dor", após o ataque. Também publicou que Bolsonaro é por vezes chamado de "o Donald Trump brasileiro".
A notícia virou manchete do site do argentino Clarín. "O acontecimento gerou comoção e o direitista aspirante a dirigir o país conseguiu uma cobertura espetacular que supera a de seu adversário Geraldo Alckmin", diz o jornal.
O francês Le Monde diz que o candidato foi "gravemente ferido com uma arma branca". O italiano Corriere della Sera, por sua vez, lembrou que o agressor foi preso e que em seu perfil de Facebook demonstra ser contrário ao governo de Michel Temer e a favor da soltura do ex-presidente Lula.
"Nenhuma escolha desde o retorno do Brasil à democracia há 30 anos era tão difícil de prever. Muitos políticos e empresários estão sob suspeita de corrupção, muitos foram presos. Isso abalou a confiança dos eleitores", escreveu o alemão Spiegel.
O português Público lembrou que a visita do candidato a Juiz de Fora já havia chamado atenção devido ao cordão de isolamento feito por um grupo de extrema-direita. "Vestidos de preto, disseram ser polícias a fazer 'segurança voluntária' ao candidato e impediram que alguns doentes, que tinham as suas sessões de quimioterapia marcadas, entrassem nas instalações", escreveu o jornal.
O Süddeutsche Zeitung descreve o momento, registrado em vídeo, em que Bolsonaro, sobre os ombros de um apoiador em meio à multidão, é esfaqueado.
"De repente, o político se encolhe e se retorce com expressão de dor. É possível reconhecer uma lâmina", diz o jornal, acrescentando que o motivo do ataque não está claro.
O veículo destaca que Bolsonaro, que lidera as pesquisas eleitorais, faz declarações contrárias aos homossexuais e aos negros e glorifica a ditadura militar. "O 'Trump do Brasil' está envolvido na política há muito tempo, mas se apresenta como um candidato antissistema."
O Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca que Bolsonaro é favorito na corrida à Presidência, mas que é improvável que ele vença no segundo turno. "Caso vença as eleições, ele quer colocar militares em postos ministeriais e, diante da criminalidade em alta, pretende armar a população."
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