Rússia reabre passagem marítima na Crimeia e acusa Ucrânia de provocação
A Rússia reabriu o Estreito de Kerch, próximo da Crimeia, à navegação comercial nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (26) depois de alvejar e apreender três embarcações militares da Ucrânia no domingo, medida que desencadeou uma nova crise entre os dois países.
Ainda na manhã desta segunda-feira o serviço de segurança russo FSB disse que barcos de sua patrulha de fronteira confiscaram duas pequenas embarcações de artilharia blindadas e um rebocador da Ucrânia depois de disparar contra elas e ferir vários marinheiros -- o confronto mais grave entre Moscou e Kiev em anos.
A Rússia, que havia bloqueado o Estreito de Kerch para impedir que os navios passassem do Mar Negro para o Mar de Azov, disse que a pequena flotilha não a notificou de seus planos com antecedência e ignorou alertas para parar quando fazia manobras perigosas.
Kiev, que negou que suas embarcações tenham feito algo errado, acusou a Rússia de agressão militar e pediu à comunidade internacional que se mobilize para punir Moscou.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá para debater os últimos acontecimentos ainda nesta segunda-feira a pedido da Rússia e da Ucrânia, disseram diplomatas.
As relações estão tensas desde que a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e deu apoio a uma insurgência pró-Moscou no leste da Ucrânia. O incidente cria o risco de lançar as duas nações em um conflito mais amplo e deve provocar novos clamores ocidentais de mais sanções contra a Rússia.
Forças em alerta
O governo Vladimir Putin acusou os ucranianos de fazer uma "provocação muito perigosa" no Mar Negro.
"Este assunto será abordado no Conselho de Segurança por iniciativa da Rússia. Estamos falando de uma provocação muito perigosa que exige uma atenção e uma investigação especial", disse Dmitri Peskov, porta-voz da presidência da Rússia, à imprensa local.
Sergei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, seguiu o mesmo tom, chamando o incidente de "provocação inequívoca". "A violação aconteceu com métodos muito perigosos. Isto poderia ter causado ameaças e riscos para o trânsito normal de navios nessas águas. Aspectos cruciais do direito internacional foram infringidos, como a Carta da ONU e a Convenção de Direito do Mar de 1982, que exigem a todos os países respeitar a soberania de outros países", afirmou Lavrov.
O chanceler ainda criticou os planos da Ucrânia de impor o estado de exceção e pediu que os parceiros ocidentais de Kiev "acalmassem" as autoridades ucranianas.
Diante da possibilidade do estado de exceção, o Ministério de Defesa da Ucrânia afirmou ter colocado suas Forças Armadas "sob alerta de combate". O Ministério das Relações Exteriores deste país exigiu "o retorno imediato" dos tripulantes dos navios ucranianos aprisionados pela Rússia e pediu aos aliados "e parceiros da Ucrânia que tomem as medidas necessárias para conter a Rússia", entre novas sanções contra Moscou e a prestação de ajuda militar a Kiev.
*Com Reuters e EFE
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