Itamaraty "deplora" perdão a assassino de brasileira na Nicarágua
O Itamaraty afirmou hoje que "condena e deplora, com a maior veemência" a anistia e libertação do condenado pelo assassinato da brasileira Raynéia, Gabrielle Lima, morta há 1 ano em Manágua, Nicarágua. O ex-militar Pierson Gutiérrez Solís cumpria 15 anos de prisão por metralhar o carro que a jovem dirigia.
"Para o governo brasileiro, essa medida demonstra a deterioração das instituições na Nicarágua e comprova padrão de sistemática violação das garantias individuais e de direitos fundamentais naquele país, como têm denunciado o Brasil, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA e o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas", diz a nota emitida pelo Ministério de Relações Exteriores.
Raynéia, de 30 anos, cursava Medicina na Universidade Americana (UAM) e foi ferida enquanto dirigia perto da casa do tesoureiro da FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional), Francisco López, do mesmo partido do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. O ex-militar, que trabalhava como vigilante, teria dito em um julgamento a portas fechadas que abriu fogo contra o carro da jovem porque ela supostamente dirigia de forma errática.
Para libertar o condenado, os juízes da primeira turma do Tribunal de Apelações de Manágua usaram a Lei de Anistia aprovada em junho deste ano para todos os envolvidos nos protestos contra o governo de Ortega, classificados pelo presidente como uma tentativa de golpe de estado. A medida é duramente criticada pela oposição, já que não asseguraria justiça às vítimas dos protestos contra o governo.
Ao menos 326 foram mortas na repressão aos protestos na Nicarágua, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
(*Com agências internacionais)
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