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Quem é Macron, presidente francês que critica gestão Bolsonaro na Amazônia

O presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-dama Brigitte Macron - Ludovic Marin/AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-dama Brigitte Macron Imagem: Ludovic Marin/AFP

Talita Marchao

Do UOL, em São Paulo

27/08/2019 15h59

O presidente francês, Emmanuel Macron, tem sido um duro crítico à gestão ambiental do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em relação à Amazônia. É o responsável pela mobilização internacional em defesa da preservação da floresta brasileira. Suas críticas, entretanto, não começaram com as queimadas recordes na maior floresta do mundo.

A troca de farpas entre Macron e Bolsonaro começou antes mesmo de o brasileiro tomar posse. Logo após a vitória na eleição, o francês alfinetou Bolsonaro em relação ao Acordo de Paris. Em dezembro, Macron afirmou que a política ambiental de Bolsonaro representaria um obstáculo para a conclusão do acordo de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE). O pacto foi fechado, mas com a condição de que o Brasil não abandone o Acordo de Paris.

Macron assumiu o mandato com a promessa de reformular as políticas econômicas do país. Durante seu mandato, se viu em meio a protestos ao tentar flexibilizar as leis trabalhistas francesas e ao tentar aumentar o preço dos combustíveis com um imposto ecológico. Os protestos acabaram incluindo pautas como a perda do poder aquisitivo da classe média e até mesmo a redução do limite de velocidade nas estradas.

Eleito em 2017, Macron venceu a candidata da extrema-direita Marine Le Pen com o conceito político de unificar a polarização entre esquerda e direita com o partido independente En Marche! (Em Marcha). Considerado um centrista liberal e apoiador da União Europeia, foi ministro da Economia do presidente que o antecedeu, François Hollande.

Deixou o Partido Socialista de Hollande para criar a sua própria legenda, que foi vitoriosa nas eleições. É o presidente mais jovem já eleito pela França.

Ao elevar o tom das críticas, Brasil e França vivem atualmente uma das maiores crises diplomáticas entre os dois países. Nesta semana, Macron disse esperar que "os brasileiros tenham logo um presidente que se comporte à altura".

Bolsonaro ofendeu a primeira-dama francesa, Brigitte Macron, no Facebook, ao endossar uma montagem zombando a idade da mulher de Macron. "Penso que as mulheres brasileiras sentem vergonha ao ler isso, vindo de seu presidente, além das pessoas que esperam que ele represente bem seu país", disse o presidente francês.

Quem é Brigitte Macron?

Macron é casado com Brigitte, sua professora dos tempos de adolescência. Ainda na época da campanha eleitoral, a diferença de idade da primeira-dama e do presidente dominou a cobertura da mídia. Ela tem 66 anos, enquanto Macron tem 42. É a mesma diferença de idade entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama americana, Melania: 24 anos. Jair Bolsonaro (PSL) e Michelle têm 27 anos de diferença de idade --o presidente brasileiro tem 64, e a primeira-dama brasileira tem 37.

Presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-dama Brigitte Macron - Philippe Wojazer/Reuters - Philippe Wojazer/Reuters
Imagem: Philippe Wojazer/Reuters

Brigitte deixou de dar aulas quando o marido assumiu o Ministério da Economia, em 2014. Desde a eleição de 2017 até hoje, Brigitte mantém um perfil discreto, longe dos holofotes. Acompanha o marido em compromissos oficiais, mas não mantém perfil nas redes sociais --como normalmente fazem as primeiras-damas. Aparece em poucas fotos do perfil oficial do presidente e do Palácio do Eliseu no Instagram.

Apesar de sua discrição, estampou dezenas de capas de revistas que tentavam explorar a vida íntima do casal.

Macron e Brigitte são casados há 12 anos. Eles se conheceram quando ela tinha 39 anos; ele, 15. A professora era herdeira de uma fábrica de chocolates, casada com um banqueiro e mãe de três filhos. Uma das filhas de Brigitte foi colega de classe de Macron.

Aos 17, Macron disse à professora que se casaria com ela um dia. Brigitte se separou do marido em 2006 e se casou com Macron em 2007.

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