Protestos do #BlackLivesMatter não causaram aumento de casos de covid-19
Do UOL, em São Paulo
24/06/2020 10h58Atualizada em 24/06/2020 13h30
Novas pesquisas sugerem que os protestos do movimento antirracismo #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam, em tradução livre) não provocaram aumento de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos, diz hoje o site da rede norte-americana CNN.
Um novo estudo, publicado este mês pelo Bureau Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, usou dados sobre protestos em mais de 300 das maiores cidades do país e não encontrou evidências de que os casos de coronavírus aumentaram nas semanas seguintes ao início das manifestações.
Milhares de pessoas saíram às ruas após a morte de George Floyd, um cidadão negro que foi asfixiado por um policial branco, no fim de maio, mesmo estando já algemado e imobilizado de bruços, no chão.
Os pesquisadores admitiram que atitudes de distanciamento social aumentaram após os protestos, já que as pessoas, de maneira geral, tentavam evitar as manifestações. Mas entre os participantes, houve uma diminuição no distanciamento social.
"Nossas descobertas sugerem que qualquer redução direta no distanciamento social entre o subconjunto da população participante dos protestos é mais do que compensada pelo aumento do comportamento do distanciamento social entre outros que podem optar por abrigar-se em casa e contornar locais públicos enquanto os protestos estão em andamento", diz o relatório.
Os pesquisadores também observaram que o efeito dos protestos no distanciamento social e nas ordens de permanência em casa pode desaparecer à medida que a violência e o alcance das manifestações diminuam. Quando os protestos começarem a reduzir ou se tornarem menos intensos, os não manifestantes se sentirão mais seguros ao deixar suas casas.
"Existem outras explicações possíveis para nossas descobertas também, como evitar sair de casa devido a congestionamentos de trânsito ou fechamento de ruas, ou por causa da falta de atividades disponíveis com o fechamento de empresas próximas a locais de protestos", diz o estudo.