Josias de Souza

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Opinião

Truculência policial expõe efeito da bolsonarice longa de Tarcísio

Assim como existe a covid longa, há a bolsonarice longa. Tarcísio de Freitas demora a notar. Mas os efeitos prolongados da infecção bolsonarista que o acomete produzem consequências deletérias para o seu governo e, por consequência, para sua carreira política.

A brutalidade policial virou uma espécie de cloroquina de Tarcísio, um governador que se dizia técnico, mas age na segurança pública como gestor sem comprovação científica. Desprezando a lógica e as estatísticas, adotou o negacionismo da truculência.

Sob Tarcísio, disseminou-se nas polícias o vírus do liberou geral. Deu no que está dando. A imagem do policial militar jogando um brasileiro pobre da ponte revela mais do que o conteúdo do vídeo. Na verdade, a PM jogou o governo Tarcísio do alto da ponte. O estrago é monumental.

Ao avalizar as chacinas da PM no Guarujá, Tarcísio rendeu-se, no alvorecer da sua gestão, à lógica que transforma a prática da bandidagem em política de Estado. Vivia, então, o pior tipo de ilusão que pode acometer um governante. A ilusão de que governa. Na segurança, Tarcísio passou a ser governado pela banda bárbara da polícia.

O eleitorado brasileiro está dividido. Mas há um miolo da sociedade que não se dispõe a avalizar barbaridades. Esse contingente, embora minoritário, é grande o bastante para decidir eleições apertadas. Em 2022, Bolsonaro deu de ombros para a minoria silenciosa. Foi mandado para casa mais cedo. Tarcísio queima prematuramente a largada de 2026.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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