Abrigo de animais chinês é suspeito de matar tigres para venda de peles
Um abrigo de animais selvagens chinês está sendo acusado de dissecar o corpo de tigres ameaçados de extinção para lucrar com a venda da pele e com a produção de um tônico sexual ilegal, proveniente dos ossos dos animais. Ren Jingde, vice-diretor do Qinhuangdao Wildlife Rescue, foi apontado como articulador do esquema.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Daily Mail, cada escalpo de tigre renderia em média 79 mil libras (R$ 570 mil) para os organizadores do esquema, que já teriam feito negócios ilegais com mais de 10 mil animais silvestres— de diversas espécies— nas últimas duas décadas.
Funcionários do abrigo fizeram a denúncia anonimamente para a justiça. Segundo eles, Ren ordenou que trabalhadores dissecassem secretamente tigres-siberianos mortos, uma espécie que está em perigo de extinção e tem menos de 500 indivíduos na natureza.
Não foi o caso dos tigres-siberianos dissecados, porém a acusação alega que animais eram mortos através de ondas de choque aplicadas pelos criminosos, apenas para terem seus corpos transformados em produtos vendidos pelo abrigo.
Além da pele dos tigres, os criminosos teriam interesse em dissecar os ossos dos animais para preparação do "vinho de osso de tigre", que, segundo o folclore local, fortalece os músculos e melhora o desempenho sexual.
Não há comprovações científicas dos efeitos do tônico, mas sua comercialização é proibida desde 1993. Os acusadores, no entanto, alegam que o produto era vendido regularmente no abrigo pelo preço de até 5 mil yuans, cerca de R$ 3,8 mil.
O Qinhuangdao Wildlife Rescue, localizado na província de Hebei, foi fundado em 2000 pela China Wildlife Conservation Association, uma organização estatal. As denúncias divulgadas na terça-feira (15) revelam que funcionários do governo faziam 'vista grossa' para as práticas ilegais no abrigo.
Segundo a acusação, Ren mandava servir carne de tigres, cisnes e leões como iguarias exóticas, em encontros com funcionários do governo, "para deixar os chefes felizes".
A Fundação para a Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Verde da China foi quem levou as denúncias anônimas para a justiça. Fotos do suposto esquema divulgadas pela Fundação no Weibo, rede social chinesa, atraíram atenção nacional ao caso.
Um membro da equipe do abrigo negou as alegações, segundo a emissora estatal Beijing Television. Enquanto isso, um funcionário de proteção florestal revelou que foi alertado sobre o possível esquema e que a polícia segue investigando o assunto.
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