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Igreja abre estacionamento à noite para prostitutas, na Inglaterra

Decisão da igreja recebeu apoio da comunidade, mas alguns membros locais não gostaram da ideia - Reprodução/ Google Maps
Decisão da igreja recebeu apoio da comunidade, mas alguns membros locais não gostaram da ideia Imagem: Reprodução/ Google Maps

Do UOL, em São Paulo

11/11/2021 20h23Atualizada em 11/11/2021 21h02

A Igreja de Todos os Santos do bairro de Kensington, em Liverpool, na Inglaterra, reconheceu que deixa seus portões abertos durante a noite com conhecimento de que seu estacionamento é usado para atividades sexuais por prostitutas, reporta o jornal britânico Liverpool Echo. Sediada em uma área conhecida pela atuação de profissionais do sexo, a ideia surgiu, segundo a congregação, "baseada nas crenças, valores e missão em ajudar as pessoas mais vulneráveis".

"A Igreja de Todos os Santos de Kensington acredita que todas pessoas são iguais diante de Deus e deseja ser um lugar de santuário para seus necessitados. Por muitos anos, a comunidade da igreja se envolveu com profissionais do sexo [...] para oferecer apoio, o amor de Deus e tentar mostrar um caminho alternativo na vida", disse um porta-voz da igreja à publicação.

Além de oferecer comida e apoio emocional para a população, a igreja também trabalha com entidades como o serviço Armistead, voltado para apoiar a população LGBTQIA+ e seus familiares, além de profissionais do sexo; e também a Addaction, uma instituição de caridade britânica.

"Vimos muitas mulheres passarem do trabalho sexual para a reabilitação nos últimos anos", afirma, em comunicado, a administração da igreja. Para a instituição religiosa, o processo de construção de confiança leva tempo e parte disso inclui "oferecer lugares seguros e sem julgamentos". "Pensamos com cuidado e oração sobre os benefícios e riscos de manter nossos portões abertos", completa.

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Portão da igreja fechado durante o dia onde não há atividade religiosas ou presença das prostitutas
Imagem: Reprodução/ Google Maps

Alguns membros da igreja e do bairro se mostraram descontentes, e até ofendidos, com a iniciativa. Segundo a igreja, o diálogo estará aberto para que eles exponham as preocupações. "Nós sempre nos lembramos que as mulheres envolvidas [nessas atividades] são seres humanos e reconhecemos que, muitas vezes, são muito mais que profissionais do sexo: [são] mães, irmãs e amigas lidando com uma parte específica de suas vidas, [e] não devem ser julgadas por essa atividade", conclui o porta-voz ao Echo.

Em comentários no Facebook, a notícia da iniciativa da igreja recebeu elogios por apoiar mulheres muito vulneráveis e também críticas — que, na maior parte, afirmam que o problema seria piorado. Entre os internautas que opinaram, Paula Newnes resumiu a ação com a frase "a igreja não precisaria fazer isso se houvesse lugares seguros para essas garotas irem".