Milhares de pessoas vão às ruas pelo mundo pedindo fim da guerra na Ucrânia
Do UOL, em São Paulo
25/02/2022 01h23
Milhares de pessoas tomaram as ruas de cidades nos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Irlanda, Lituânia, Polônia, Hungria, Bulgária, Holanda, Japão e na própria Rússia nesta quinta-feira (24), para exigir que o presidente russo, Vladimir Putin, dê fim da guerra que desencadeou com a invasão à Ucrânia, que já deixou ao menos 137 mortos, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A polícia russa deteve mais de 1.700 pessoas em 51 cidades por participarem de manifestações contra a guerra, segundo a ONG de direitos humanos OVD-info. A Rússia tem uma severa legislação de controle das manifestações, que costumam terminar com prisões em massa.
Além das prisões, a Rússia emitiu um comunicado proibindo os cidadãos russos de participarem de protestos contra a guerra à Ucrânia. Segundo a CNN, o alerta foi feito pelo Comitê de Investigação do país.
"Em conexão com a disseminação de pedidos de participação em tumultos e comícios relacionados à situação tensa da política externa", o comunicado do comitê alertou contra as "consequências legais negativas dessas ações, que incluem processos e até responsabilidade criminal".
Cartazes com a caricatura do presidente russo, Vladimir Putin, e do ditador nazista Adolf Hitler foram vistos em algumas das manifestações em vários países.
Em Nova York, cerca de 200 pessoas caminharam da Times Square até a sede das Nações Unidas, preocupadas com o destino de seus familiares na Ucrânia.
Em Berlim, em frente à embaixada russa, uma faixa pede: "Parem com essa loucura, salvem a vida, chega de mentiras". Muitos dos participantes são russos que residem na Alemanha.
Em Paris, centenas de pessoas se reuniram em frente à embaixada russa, entre elas candidatos nas eleições presidenciais de abril.
Em Varsóvia, capital da Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, um manifestante queimou uma bandeira russa em frente à embaixada de Moscou.
Em Praga, milhares se manifestaram na praça Wenceslas, onde exibiram cartazes com as imagens de Hitler e Putin e os anos 1938-2022, em referência ao ano da ocupação da Tchecoslováquia pela Alemanha nazista.
Em Madri, o ator Javier Bardem, vencedor do Oscar, esteve entre as cerca de 50 pessoas reunidas do lado de fora da embaixada russa. Ele disse a um canal local que a invasão é uma "atrocidade" e que "Putin está mais próximo do czarismo e do ultranacionalismo do que qualquer outra coisa". E completou: "Eu apoio os ucranianos diante dessa invasão."
Em Dublin, Haia e Amsterdã, centenas de pessoas também participaram de manifestações nesta quinta-feira em frente a representações russas. Houve, ainda, protestos em Beirute e Tóquio.
No Brasil, que tem quarta maior comunidade ucraniana no mundo, atos não foram observados.