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Conselheiro de Zelensky rebate Lula: 'É simples. Rússia atacou a Ucrânia'

28.fev.2022 - Conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak - Sergei Kholodilin/BelTA/Divulgação via Reuters
28.fev.2022 - Conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak Imagem: Sergei Kholodilin/BelTA/Divulgação via Reuters

Do UOL, em São Paulo

05/05/2022 13h29

Mykhailo Podolyak, principal conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou, hoje, a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra iniciada pela invasão russa ao país, há 71 dias.

"O ex-presidente Lula da Silva fala sobre a culpa da Ucrânia ou do Ocidente na guerra. Essas são tentativas russas de distorcer a verdade. É simples: a Rússia atacou traiçoeiramente a Ucrânia, a guerra está apenas no território da Ucrânia, a Rússia mata massivamente civis. Guerra clássica de destruição e ocupação", escreveu Podolyak em sua conta no Twitter.

Em entrevista realizada em março deste ano e publicada ontem pela revista norte-americana "Time", Lula disse que Zelensky é tão responsável pelo conflito quanto o presidente russo, Vladimir Putin.

"Esse cara [Zelensky] é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse Lula.

Em 24 de fevereiro, Putin anunciou uma "operação militar especial", como ele chama a invasão russa ao território ucraniano. Desde então, há ataques diários contra alvos na Ucrânia, causando a morte de civis e levando 5,5 milhões de pessoas a deixarem suas casas.

"Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a Otan? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: 'A Ucrânia não vai entrar na Otan'. Estaria resolvido o problema", acrescentou Lula.

O petista, que deve concorrer novamente à Presidência, defendeu que o líder russo errou ao iniciar os ataques, mas enfatizou que Zelensky poderia ter agido de forma diferente.

"Ele [Zelensky] quis a guerra. Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais. É assim. Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz. As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin. Isso não vai resolver! É preciso estimular um acordo", argumentou Lula.

Ontem, Anatoliy Tkach, embaixador da Ucrânia no Brasil, disse que o ex-presidente está "mal informado" sobre o assunto. Ele afirmou ainda que solicitará uma audiência com o "estimado ex-presidente do Brasil".

Capa da revista norte-americana, uma das mais prestigiadas do mundo, Lula também criticou o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que ele estimula o racismo no país.

* Com Ansa