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Senado dos EUA aprova pacote de ajuda de US$ 39,8 bilhões à Ucrânia

Senado dos EUA aprova pacote de ajuda à Ucrânia; projeto vai agora para sanção de Biden - Shutterstock
Senado dos EUA aprova pacote de ajuda à Ucrânia; projeto vai agora para sanção de Biden Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

19/05/2022 14h47

Por 86 a 11, o Congresso americano aprovou hoje um novo pacote de ajuda à Ucrânia, desta vez, de US$ 39,8 bilhões (R$ 194,4 bilhões, na cotação atual). O objetivo é reforçar a defesa do país aliado contra a invasão da Rússia. O projeto, agora, deve ir para sanção do presidente dos EUA, Joe Biden.

Todos os 11 senadores que se opuseram ao último pacote de ajuda são republicanos, segundo informação da rede de TV americana CBS News.

O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse que o pacote de ajuda "satisfará as grandes necessidades do povo ucraniano enquanto lutam por sua sobrevivência". Ele criticou ainda os republicanos do Senado que se opuseram ao avanço do projeto na semana passada.

"Embora a maioria dos senadores de ambos os partidos queira que este pacote seja feito, é mais do que preocupante ver um círculo crescente de republicanos do Senado orgulhosamente se opor ao financiamento ucraniano", disse ele. "Parece que mais e mais republicanos estão seguindo o mesmo manual de ação do [presidente russo, Vladimir] Putin que vimos ser usado pelo ex-presidente [americano Donald] Trump."

Na semana passada, Mitch McConnell, ao lado de outros senadores republicanos, se reuniram em Kiev com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, conforme informou a agência de notícias Reuters. McConnell estava pressionando o senador republicano Rand Paul a encerrar sua oposição ao pacote de auxílio.

Zelensky celebrou o que ele afirmou ser um sinal poderoso de apoio bipartidário à Ucrânia. "Obrigado pela sua liderança em nos ajudar a lutar não apenas por nosso país, mas também por valores e liberdades democráticos. Agradecemos muito", disse ele, em comunicado.

"Continuidade de governo"

O pacote aprovado nesta quinta-feira (19) inclui US$ 6 bilhões (R$ 29,3 bilhões) para a Ucrânia reforçar sua frota de veículos blindados e sistema de defesa aérea. Quase US$ 9 bilhões (R$ 43,98 bilhões) são reservados para ajudar a "continuidade do governo" da Ucrânia, além da ajuda humanitária.

O Congresso já havia aprovado quase US$ 14 bilhões (R$ 68,41 bilhões) para a Ucrânia em meados de março, algumas semanas após a invasão russa.

Mas a propagação dos combates, que se deslocaram da capital para o leste e o sul da Ucrânia, levou Biden a pedir outra rodada de apoio financeiro por semanas.

O presidente dos EUA expressou repetidamente seu desejo de liderar o que descreve como uma grande batalha da democracia contra o autoritarismo.

Mas os fundos que já haviam sido destinados ao apoio à Ucrânia estavam prestes a acabar, disse ele. A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o pacote de US$ 40 bilhões na semana passada —um valor equivalente ao PIB de Camarões em 2020.

'Pagamos agora ou depois', diz senadora republicana

Esse apoio bipartidário é raro em um Congresso profundamente dividido.

"Quando o assunto é Putin, ou pagamos agora ou pagamos depois", disse a senadora republicana Lindsey Graham, que no início do conflito na Ucrânia defendeu o assassinato do presidente russo no Twitter.

Embora inicialmente se limitasse a enviar armas consideradas defensivas, Washington passou a fornecer artilharia, helicópteros e drones ao exército ucraniano.

Os soldados ucranianos recebem treinamento para usá-los nos Estados Unidos ou em países terceiros antes de retornar às linhas de frente.

Outros US$ 9 bilhões do último pacote também são destinados a ajudar os Estados Unidos a reabastecer seu próprio arsenal de armas.

O Senado também cumpriu seu papel tradicional como aliado do presidente nas relações exteriores, confirmando Bridget Brink, diplomata de carreira, como a próxima embaixadora dos EUA na Ucrânia. O cargo estava vago desde 2019.

*Com informações da agência AFP, em Washington (EUA)