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Polônia diz que explosão de míssil não foi 'ataque intencional' contra país

Do UOL*, em São Paulo

16/11/2022 08h56Atualizada em 16/11/2022 13h31

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, declarou durante uma coletiva de imprensa hoje que o míssil que caiu em seu país ontem foi "um infeliz acidente", descartando indícios de que "tenha sido um ataque intencional à Polônia".

"Não há indícios de que tenha sido um míssil disparado pela Rússia, mas há muitos indícios de que foi um míssil antiaéreo que infelizmente caiu em território polonês. Há muitos indícios de que o foguete não explodiu, mas simplesmente caiu no chão — talvez tenha havido uma explosão de combustível, mas não uma clássica explosão", continuou.

"Provavelmente, era um foguete S-300 de fabricação russa. Não temos provas no momento de que foi um míssil disparado pelo lado russo", complementou. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia usam munição feita no país governado por Vladimir Putin.

O presidente polonês pediu que a população "ficasse calma" em relação ao aumento das tropas militares na fronteira com a Ucrânia. "Tomamos essa decisão intencionalmente. Por favor, fique calmo — nossa segurança está garantida".

O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, ressaltou que a reação dos aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) demonstrou que o país "pode contar" com o grupo militar. "Estamos em uma aliança que deu certo".

A Polônia está protegida pelo artigo 5 do tratado da Otan, que estipula que se um Estado-membro for alvo de um ataque armado, seus parceiros considerarão o ato como um ataque armado dirigido ao grupo e tomarão as medidas que julgarem necessárias para ajudar o país atacado.

Após a coletiva, Duda e membros do governo deram início a uma reunião do Conselho de Segurança Nacional.

Anteriormente, Duda já tinha ponderado que não existia "prova inequívoca" de quem disparou o míssil, embora tenha dito que o artefato era "provavelmente de fabricação russa". A Rússia negou as acusações.

Após as notícias, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou ontem que era "improvável" que o míssil tenha sido disparado diretamente da Rússia devido à trajetória feita pelo míssil.

"Vou garantir que descobriremos exatamente o que aconteceu e depois vamos determinar coletivamente o próximo passo", acrescentou em comunicado à imprensa na ilha indonésia de Bali, onde acontece a reunião de cúpula do G20.

Biden se reuniu em caráter de emergência em Bali com os governantes dos países aliados para discutir a situação e expressou solidariedade ao governo polonês.

No encerramento do encontro do G20, "a maioria dos países membros condenou com veemência a guerra na Ucrânia". O grupo também afirmou que o conflito "afetou de maneira ainda mais negativa a economia mundial".

Polônia eleva nível de alerta militar

A Polônia decidiu "aumentar o nível de alerta de algumas unidades de combate", anunciou o porta-voz do governo, Piotr Müller, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.

A explosão ocorreu na cidade de Przewodow, a poucos quilômetros da fronteira ucraniana.

A Otan está "monitorando a situação" e "é importante que todos os fatos sejam estabelecidos", tuitou o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, advertiu que é "absolutamente essencial evitar a escalada da guerra na Ucrânia" e pediu uma investigação "profunda" sobre o míssil que caiu na Polônia.

O país recebeu uma onda de apoio de países da Otan, como mensagens do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, e do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, negou categoricamente que seu país tenha lançado um míssil para provocar uma reação da Otan. "A Rússia promove uma teoria da conspiração de que um suposto míssil de defesa aérea ucraniano caiu em território polonês. Isso não é verdade", declarou anteriormente.