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Presidente Joe Biden diz que ato golpista no Brasil é 'ultrajante'

                                 Invasão ao Congresso em Brasília neste domingo (8)                              -                                 EVARISTO SA / AFP
Invasão ao Congresso em Brasília neste domingo (8)
Imagem: EVARISTO SA / AFP

Do UOL, em São Paulo*

08/01/2023 19h19

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que a situação no Brasil é "ultrajante", depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o prédio do STF (Supremo Tribunal Federal).

Pelas redes sociais, outros líderes de diversos países também prestaram solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e condenaram os atos de terrorismo perpetrados por, em Brasília.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que a democracia "é o único sistema político que garante as liberdades e nos obriga a respeitar o veredito popular".

"Aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria ameaçam a democracia e merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional", destacou o líder argentino, que ressaltou seu "apoio incondicional" a Lula diante "dessa tentativa de golpe".

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, expressou solidariedade aos brasileiros, destacou que grupos fascistas resolveram atacar a democracia do país e disse ser "urgente" uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) caso a instituição queira continuar existindo.

"A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França", postou o líder francês Emmanuel Macron.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, falou em "ações golpistas dos bolsonaristas que agrediram o Congresso e outras instituições pilares da democracia no Brasil".

"Nossa solidariedade ao irmão Lula e ao povo brasileiro. A direito bolsonarista segue o exemplo de Donald Trump e não aceita a derrota", afirmou Morales.


"Todo meu apoio a Lula, ao Congresso e aos brasileiros. Condenamos veementemente a invasão ao Congresso brasileiro e pedimos o retorno imediato à normalidade democrática", escreveu o presidente da Espanha Pedro Sánchez.

Também no Twitter, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez disse que os atos de terrorismo têm o "objetivo de gerar caos e desrespeitar a vontade popular manifestada com a vitória de Lula nas urnas".

O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a ação coordenada representa um ataque à democracia e não pode ser tolerada.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que o governo Lula "têm total apoio do Reino Unido" e condenou a tentativa de golpe.

Na Rússia, o porta-voz do Dmitry Peskov, diz que Moscou condena "nos termos mais fortes" as ações daqueles que provocaram a desordem.

O governo da Ucrânia declarou apoio ao governo de Lula e disse que as instituições democráticas "devem ser invioláveis".

Em entrevista coletiva na manhã de hoje, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador também se pronunciou: "Continuaremos apoiando o presidente Lula, que foi eleito democraticamente e conta com o apoio de todas as forças progressistas".

A China também condenou o violento ataque em Brasília. Na segunda-feira (9), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, disse que acompanha de perto a situação no Brasil.

Pequim apoia as medidas tomadas pelo governo brasileiro para acalmar a situação. Sob a liderança do presidente Lula, o Brasil manterá a estabilidade nacional e a harmonia social.
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin

A invasão

Na tarde hoje, terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e destruíram o plenário do Supremo Tribunal Federal e também depredaram o Congresso Nacional.

O plenário onde são realizadas as sessões do STF ficou completamente destruído. Cadeiras, câmeras e janelas do térreo foram quebradas. Sofás também foram rasgados.

Um grupo de milhares de extremistas bolsonaristas que marchava pela Esplanada dos Ministérios enfrentou os bloqueios policiais e invadiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF na tarde de hoje.

Os extremistas atacaram primeiro o prédio do Congresso. Eles enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram a vidraça do Salão Nobre do prédio e conseguiram entrar no Congresso Nacional, apesar de enfrentarem resistência da Polícia Legislativa.

Após a tomada do Congresso, um grupo menor também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, e conseguiu entrar na área externa do prédio. Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros.

Os manifestantes conseguiram subir a rampa do Planalto, onde o presidente Lula recebeu a faixa presidencial há uma semana. O petista não está em Brasília. Ele viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar o impacto das chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

*Com informações da Reuters, no Texas (EUA)