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Austrália emite alerta para caixa perdida com césio-137: 'Não toque'

Foto de arquivo de uma das minas operantes em Newman, na Austrália; caixa contendo material radioativo césio-137 foi perdida na região - Wikimedia Commons
Foto de arquivo de uma das minas operantes em Newman, na Austrália; caixa contendo material radioativo césio-137 foi perdida na região Imagem: Wikimedia Commons

Do UOL, em São Paulo

27/01/2023 19h15Atualizada em 27/01/2023 19h15

O Departamento de Saúde do governo do Oeste da Austrália informou os cidadãos sobre a busca por uma caixa contendo césio-137, material radioativo que já causou, no Brasil, o mais grave acidente radioativo da história.

Segundo o comunicado, uma cápsula pequena, com apenas 6 milímetros de diâmetro e 8 milímetros de altura, foi perdida durante um transporte feito entre duas minas na região norte da cidade de Newman. A data estimada foi entre os dias 10 e 16 de janeiro.

Apesar das buscas, os especialistas em saúde pediram para que os cidadãos não toquem, não peguem e muito menos abram a cápsula, sob risco de seríssimos danos de saúdo devido à radiação.

A exposição a esta substância pode causar queimaduras por radiação ou doenças graves. Se as pessoas virem a cápsula ou algo parecido, afaste-se dela e mantenha outras pessoas longe dela também" Comunicado feito pelo Dr Andrew Robertson, chefe do Conselho de Radiologia do Departamento de Saúde

A orientação é que, caso o material ou algo similar seja avistado, os cidadãos informem aos departamentos competentes.

O governo australiano também orientou que as pessoas mantenham-se informadas sobre as buscas por meio da mídia.

Relembre acidente com césio-137 em Goiás

Em 13 de setembro de 1987, funcionários de um ferro velho em Goiânia (GO) partiram, a marretadas, o cabeçote de um equipamento usado em radioterapia. A peça, que havia sido encontrada por dois catadores num prédio em ruínas do antigo Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), estava abandonada ali desde meados de 1985.

Durante a desmontagem, os catadores chegaram até a cápsula que armazenava 19 gramas de césio-137, que, administrado dentro da máquina, emitia radiação controlada para matar células cancerígenas. Fora do recipiente de chumbo, o pó altamente solúvel e de fácil dispersão é letal.

À medida que os pedaços da máquina eram vendidos para outros ferros-velhos, aumentava o número de pessoas que reclamam de náuseas, vômito e diarreia. Também houve fascínio de cidadãos pelo brilho emitido pelo material, o que disseminou ainda mais a contaminação direta.

Goiânia ficou 16 dias contaminada com o césio sem saber. Quatro pessoas morreram, enquanto cerca de 6.500 pessoas foram atingidas com algum grau de irradiação e outros 249 casos registraram contaminação mais grave.

A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) classifica o caso de Goiânia como o maior acidente radioativo do mundo pela extensão da tragédia.

*Com informações da Deutsche Welle