Simulação revela estágios da implosão do submersível Titan em milissegundos
Colaboração para o UOL
19/07/2023 12h28
Uma nova simulação calculou os estágios de implosão do Titan em milissegundos, revelando que ela pode ter sido tão rápida que seus ocupantes não viram e nem sentiram nada. O submersível, que desapareceu no Oceano Atlântico durante uma viagem ao naufrágio do Titanic, sofreu uma implosão catastrófica que resultou na morte de seus cinco ocupantes.
O que se sabe:
Ronald Wagner, doutor em engenharia, usou um software especial para explicar como ocorreu a falha com o submersível, após um "colapso do casco cilíndrico".
Ele postou um video no YouTube contendo uma análise especializada que demonstra como a estrutura colapsou em uma fração de segundo, sem deixar tempo para que os ocupantes sentissem ou percebessem o que estava acontecendo.
Wagner explica que as etapas são em milissegundos. Nosso cérebro precisa de 13 milissegundos para processar as informações captadas pelos olhos. Isso significa que precisamos de 13 milissegundos para obter uma imagem.
Veja abaixo a simulação passo a passo:
- 0 milissegundos: o casco de fibra de carbono do Titan começa a ser danificado
A simulação mostra que o casco de fibra de carbono do submersível começa a revelar os primeiros sinais de dano e tem início um processo de desmoronamento "para dentro".
- 2,182 milissegundos: o casco de titânio é reduzido para metade do seu diâmetro
A estrutura do cilindro cai para cerca de metade do seu diâmetro, mas o submersível parece ainda estar intacto.
- 3,274 milissegundos: qualquer um sentado no meio do Titan seria esmagado
O cilindro é comprimido o suficiente para esmagar qualquer pessoa sentada no meio do submersível.
A essa altura, o casco começa a se romper. As fibras do lado de dentro da embarcação são esticadas, enquanto as fibras do lado de fora são amassadas. O material teria se quebrado a esse ponto.
4,365 milissegundos: o casco do Titan cede completamente
A simulação mostra que o meio do submarino cedeu e se separou no centro. Isso refuta a teoria de que a extrema pressão externa teria fundido o casco em uma única peça - com as cúpulas de titânio ainda intactas.
Neste ponto da simulação, ainda faltam cinco milissegundos desde que o submarino começou a entrar em colapso - pelo menos oito milissegundos mais rápido do que o cérebro pode calcular o que está acontecendo visualmente.
A separação do casco e a corrente de água combinada com fragmentos de material teria um efeito de pulverização em qualquer tecido animal, até mesmo ossos.
7,638 milissegundos: o casco de fibra de carbono do Titan é destruído
Fragmentos do anel de titânio e do casco são comprimidos para as tampas nas extremidades. Nessa situação, a simulação prova que não haveria condições de encontrar restos humanos preservados pela integridade das tampas.
- 13,495 milissegundos: os detritos se espalham pelo oceano
No ponto em que o cérebro humano começaria a processar informações visuais, os detritos estão se espalhando em torno do que antes era o submersível.
O casco de fibra de carbono foi completamente quebrado em dezenas e dezenas de detritos, variando em tamanho.
As proteções de titânio ainda permanecem, mas agora estão mais próximas, provavelmente devido à pressão ainda aplicada às tampas das extremidades.
O que a simulação revela?
Em 14 milissegundos, todo o casco do submersível Titan, passou de intacto para a desintegração completa.
A análise confirma que o casco de fibra de carbono teria "se quebrado em pequenos pedaços"..