Conteúdo publicado há 11 meses

Passageiro do Titan diz ter ouvido 'sons de tiros' durante viagem de teste

Um passageiro que estava a bordo do submersível Titan durante as primeiras viagens experimentais do equipamento, em 2019, disse ter ouvido sons semelhantes a tiros à medida que a embarcação descia às profundezas do oceano Atlântico.

O que se sabe:

Operador de turismo submarino em Honduras, Karl Stanley participou de uma das primeiras viagens de teste do Titan, o submersível que implodiu em 18 de junho matando cinco pessoas. Entre as vítimas, estava o CEO da OceanGate, Stockton Rush, empresa que projetou e operava a embarcação.

Stanley disse em entrevista ao programa de TV "60 Minutes Australia" que participou de uma viagem de teste do submersível, antes dele ser explorado comercialmente.

Ele afirmou ter ouvido "ruídos de tiros aterrorizantes" a cada três ou quatro minutos, enquanto a embarcação descia a profundidades cada vez maiores.

Ele acredita que os sons eram causados pela pressão da água sobre o casco do Titan, que era construído em fibra de carbono ao invés de titânio, como em outros modelos de submersíveis.

O operador de turismo, que também é especialista em viagens submarinas, apresentou suas preocupações ao CEO OceanGate, pois acreditava que o material que ele estava usando poderia colocar em risco os passageiros, que pagavam R$ 1,2 milhão (US$ 250 mil) por viagem.

Outros alertas

Ex-funcionários da OceanGate também alertaram Rush sobre o uso de fibra de carbono no casco, menos resistente à pressão que a água exerce em grandes profundidades.

Apesar dos avisos, o CEO continuou a usar o material para reduzir o peso do submersível e transportar mais passageiros.

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Stefano Brizzolara, professor de engenharia oceânica da Virginia Tech, explica que a fibra de carbono é muito propensa a possíveis defeitos e exibe um comportamento mais frágil do que outros materiais.

"É difícil dizer o que causou a falha estrutural neste caso, mas qualquer pequeno material e imperfeição geométrica, desalinhamento dos flanges de conexão, o torque dos parafusos de alguma conexão pode ter iniciado o colapso estrutural", disse Brizzolara ao jornal The New York Post.

As investigações sobre as causas do acidente continuam em curso. Imagens dos destroços também podem revelar pistas sobre o que aconteceu com a embarcação.

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