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CEO da OceanGate fez 'ratoeira para bilionários', diz operador de submarino

Karl Stanley disse ter falado ao CEO da OceanGate sobre sua preocupação com o material do casco do submersível Imagem: Reprodução/OceanGate/60MinutesAustralia

Do UOL, em São Paulo

20/07/2023 22h22Atualizada em 21/07/2023 08h11

Um operador de submarino e amigo próximo de Stockton Rush, CEO da OceanGate, responsável pelo submersível Titan, disse que o homem criou uma "ratoeira para bilionários".

O que aconteceu:

Karl Stanley, um dos primeiros a embarcar no Titan, disse que Rush "definitivamente sabia que iria terminar assim" após ouvir ruídos durante um mergulho. A fala foi concedida ao "60 Minutes Austrália", segundo o tabloide britânico Daily Mail.

O operador de submarino sugeriu que o amigo, um dos cinco mortos na tragédia, estava disposto a arriscar a própria vida e dos outros para "entrar para a história".

Stanley disse que ouviu "ruídos altos como tiros aterrorizantes" a cada três ou quatro minutos ao descer a profundidades cada vez maiores no Titan, em uma viagem teste com o amigo nas Bahamas em 2019. "É um som e tanto de se ouvir quando você está tão fundo no oceano em uma embarcação que só esteve tão fundo uma vez antes", esclareceu. Ele acredita que os sons eram causados pela pressão da água sobre o casco do Titan, construído em fibra de carbono em vez de titânio, como em outros modelos de submersíveis.

O operador e especialista em submersíveis alega ter alertado Rush sobre achar que uma área do casco estava comprometida, e compartilhou e-mails que enviou ao amigo alertando-o sobre a situação, incluindo uma ilustração com o submersível naufragado no fundo do oceano. Os alertas (feitos também por outras pessoas), porém, não teriam sido suficientes para fazer o empresário desistir do projeto.

O amigo do empresário afirmou oscilar entre dor e raiva ao pensar no episódio porque a tragédia seria evitável, na sua opinião. O homem disse "não ter dúvidas" que a implosão do submersível foi ocasionada pelo tubo de fibra de carbono na área que havia alertado o empresário anteriormente.

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Karl Stanley

Entenda o caso

O submersível, apelidado de "Titan", submergiu no dia 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.

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