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Candidato à presidência do Equador assassinado criticava Lula e Bolsonaro

Colaboração para o UOL

10/08/2023 10h39Atualizada em 10/08/2023 12h34

O candidato a presidente do Equador Fernando Villavicencio, 59, que foi morto ontem com três tiros na cabeça, se mostrava crítico a Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) em publicações nas redes sociais.

Segundo o El País, ele se considerava um político de esquerda, mas, em entrevista para a EFE em maio, o político afirma que passou da "esquerda moderada" para o centro. Ele integrava o partido Movimiento Construye, novo nome do Ruptura de los 25 — considerado de centro-direita.

Com o assassinado do presidenciável, apoiadores do petista e também do ex-presidente trocaram acusações sem considerar o histórico de Villavicencio. De acordo com a BBC, ele citou Bolsonaro em 11 tuítes desde 2018, enquanto Lula apareceu nove vezes em seu perfil na rede social X (antigo Twitter) desde 2019 — todas as menções foram em tom crítico.

"Não compartilho nada com Bolsonaro"

Antes da eleição de 2018, que elegeu Bolsonaro, Villavicencio respondeu a um tuíte de um professor equatoriano que dizia que torcia por Fernando Haddad (PT). Na ocasião, ainda segundo a BBC, ele disse não compartilhar nada com o então candidato.

Bolsonaro é produto da traição do PT, da maior corrupção da história. Por Deus.... E não compartilho nada com Bolsonaro.

Meses depois, o candidato compartilhou uma reportagem que abordava as investigações contra Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, e Fabrício Queiroz, seu assessor e ex-motorista.

"O retorno dos ladrões da Lava Jato"

Logo após a definição da eleição de 2022, quando a vitória de Lula foi confirmada, Villavicencio publicou: "O retorno dos ladrões da Lava Jato". Nos últimos anos, ele postou diversos tuítes positivos em relação à operação.

Antes disso, em novembro do ano passado, ele afirmou que o petista e a Odebrecht ganhavam com a falta de colaboração entre executivos da empresa e autoridades peruanas, conforme publicado também pela BBC.

Em outras publicações, o candidato pressionou as autoridades para ter acesso ao conteúdo da suposta reunião entre Rafael Correa, Lula e Marcelo Odebrecht em 2006.

O que aconteceu:

Villavicencio foi assassinado depois de sair de um encontro político na cidade de Quito. Ele chegou a ser socorrido para a Clínica da Mulher, hospital mais próximo do local do crime, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro de saúde.

Em vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter), um grupo de homens encapuzados e armados, dizendo ser o Los Lobos, assume a responsabilidade pela morte de Villavicencio. Eles também ameaçam outros políticos, inclusive o presidenciável Jan Topic.

Um dos suspeitos de efetuar os disparos foi morto depois de uma troca de tiros com a polícia, diz o Ministério Público. Outros seis suspeitos de envolvimento no crime foram presos.

Ao menos 9 pessoas ficaram feridas no ataque, incluindo uma candidata à deputada e dois policiais, segundo o Ministério Público, que acompanha as investigações do caso. Sete feridos estão internados na mesma clínica para onde o presidenciável foi socorrido.

Autoridades ainda não vinculam oficialmente o assassinato de Villavicencio à facção Los Lobos. Na semana passada, Villavicencio declarou que recebeu ameaças da facção Los Choneros.

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