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Qual é a relação de Hezbollah e Líbano com a guerra entre Hamas e Israel?

Hezbollah, que conta com força militar, é um dos grupos mais poderosos do Líbano Imagem: Getty Images

Colaboração para o UOL*

12/10/2023 04h00

A guerra entre Israel e o Hamas entrou no sexto dia nesta quinta-feira (12), e o número de mortes pode ter ultrapassado os 3,5 mil, segundo dados dos dois lados do confronto. Em meio ao conflito, o movimento pró-iraniano Hezbollah assumiu a responsabilidade por disparos de mísseis do sul do Líbano contra Israel.

A relação entre Israel e Líbano é complexa e marcada por questões territoriais, políticas e religiosas. O Hezbollah, grupo político e militar baseado no Líbano, considera Israel como inimigo e tem protagonizado conflitos armados com o país nos últimos anos.

Líbano e o surgimento do Hezbollah

Localizado no Oriente Médio, o Líbano faz fronteira com Israel. Apesar de ser um país com grande diversidade religiosa, grupos como os xiitas se sentiam pouco representados e sem apoio do governo. Com esse cenário político, somado a onda de invasões de Israel na região, o Hezbollah surgiu na década de 1980.

Portanto, o Hezbollah é um grupo político e militar de origem islâmica xiita. Atualmente, o grupo extremista libanês controla o sul do Líbano. Vale ressaltar também que a região já recebeu muitos refugiados palestinos que residiam no agora Estado de Israel.

A organização conta com o apoio do Irã, que passou a ser governado por um regime teocrático xiita desde 1979. Além do Hezbollah, o país também mantém relações estreitas com o movimento palestino Hamas.

Inimizade histórica

Inimigo de Israel. O Hezbollah é um inimigo jurado de Israel e um ator importante na vida política libanesa. O grupo mantém boas relações com o Hamas, o movimento que governa a Faixa de Gaza.

População libanesa é contra. No entanto, grande parte da população do Líbano é anti-Hezbollah —e essa parte teme uma possível reação israelense contra o país em caso de ataques.

"Segurança e estabilidade". Ao comentar sobre a guerra em Israel, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, já afirmou que o país não quer entrar na guerra entre Israel e o grupo Hamas e que a prioridade é "manter a segurança e a estabilidade no sul do Líbano".

Mísseis contra Israel partindo do Líbano

Manifestação após ataque do Hamas. Além de ter parabenizado o grupo islâmico palestino Hamas por sua "operação heroica em grande escala" contra Israel, o Hezbollah também reivindicou hoje a responsabilidade por novos disparos de mísseis do sul do Líbano.

Ataques. Antes disso, no domingo, um dia após o ataque surpresa do Hamas contra Israel, o movimento libanês pró-Irã já havia usado uma posição no território libanês para disparar mísseis e artilharia contra os campos de Shabaa, na fronteira entre os dois países.

"Solidariedade". O Hezbollah diz que o ataque foi uma demonstração de "solidariedade" ao povo palestino. Em resposta, Israel diz que bombardeou dois locais ocupados pelo grupo e, no dia seguinte, outro bombardeio israelense contra o Líbano matou várias pessoas.

Apesar dos dois ataques, o Hezbollah não confirmou se entrará de fato na guerra começada pelo Hamas.

*Com informações da AFP

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