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Brasil se abstém, EUA contra: como países votaram proposta da Rússia na ONU

Barbara Woodward e Linda Thomas-Greenfield: embaixadoras do Reino Unido e dos EUA na ONU Imagem: REUTERS/Andrew Kelly/16.out.23

Do UOL, em São Paulo

16/10/2023 22h50Atualizada em 16/10/2023 23h58

Um projeto desenvolvido pela Rússia, com proposta de resolução sobre a crise em Gaza, foi vetado em reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira (16).

Como os países votaram

O texto russo teve cinco votos de apoio: China, Emirados Árabes, Moçambique, Gabão e Rússia.

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Os votos contrários ao projeto partiram dos Estados Unidos, França, Reino Unido e Japão. EUA e os dois europeus têm poder de veto.

Brasil, Suíça, Albânia, Gana, Malta e Equador se abstiveram.

Para ser aprovada, a resolução precisava de novo votos e nenhum veto dos membros permanentes.

Proposta do Brasil será votada

O Conselho de Segurança da ONU transferiu para esta terça-feira a votação sobre uma resolução proposta pelo Brasil, que busca acomodar os interesses de russos e americanos. Mas Moscou já alertou que não acredita que o projeto do Itamaraty consiga o apoio suficiente e considerou que o texto é "desequilibrado".

Ao deixar a reunião desta segunda-feira, o embaixador russo Vassily Nebenzia afirmou que há um esforço para esvaziar o texto do Itamaraty. O voto do texto brasileiro deveria também ter ocorrido nesta segunda-feira, mas a falta de entendimento levou os países a adiar por mais um dia a decisão.

A discussão sobre a proposta russa

Nesta segunda, quando iniciada a reunião pelo embaixador do Brasil na ONU, Sergio Danese, a representante dos Emirados Árabes Unidos solicitou que o encontro fosse suspenso e que os governos se retirassem para uma consulta a portas fechadas. Uma hora depois, a decisão foi por votar apenas o texto russo e deixar a proposta brasileira para amanhã. Foi Moscou quem insistiu em ter seu projeto submetido a uma decisão.

Inicialmente, foram os russos quem apresentaram um projeto de resolução, num ato interpretado como um oportunismo diplomático por parte de Vladimir Putin para se reposicionar no cenário internacional como um defensor da paz. O texto pedia um cessar-fogo, mas sequer mencionava o Hamas e foi rejeitado pelo Ocidente.

O governo americano chamou a iniciativa dos russos de "hipocrisia" e alertou que, ao não mencionar o Hamas, Moscou dá "cobertura" ao grupo palestino. A Casa Branca deixou claro que defende a ação do Conselho de Segurança da ONU sobre o caso.

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