OMS condena ataque a hospital em Gaza que deixou ao menos 500 mortos
Do UOL, em São Paulo
17/10/2023 17h30Atualizada em 17/10/2023 20h49
A Organização Mundial da Saúde repudiou o ataque a um hospital em Gaza que deixou ao menos 500 pessoas mortas.
O que aconteceu:
Em suas redes sociais, a OMS disse que "condena veementemente" o ataque ao Hospital Al-Ahly Arab.
Segundo a organização, o hospital era um de 20 que enfrentava ordens de evacuação emitidas por Israel, mas que são "impossíveis de serem cumpridas devido à insegurança, condição crítica de pacientes e falta de ambulâncias e pessoal".
A organização pediu também a "proteção ativa de cidadãos e cuidados de saúde" e a reversão de ordens de evacuação. "A lei humanitária internacional deve ser seguida, o que significa que cuidados de saúde devem ser protegidos e nunca atacados.", conclui.
Leia a nota na íntegra:
A OMS condena veementemente o ataque ao Hospital Al-Ahly Arab, no norte da Faixa de Gaza. O hospital estava operacional, com pacientes, profissionais de saúde e prestadores de cuidados e pessoas deslocadas internamente abrigadas. Os primeiros relatórios indicam centenas de mortos e feridos.
O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que recebiam ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação tem sido impossível de ser executada dada a atual insegurança, o estado crítico de muitos pacientes e a falta de ambulâncias, pessoal, capacidade de camas do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados.
A OMS apela à proteção ativa imediata dos civis e dos cuidados de saúde. As ordens de evacuação devem ser revertidas. O direito humanitário internacional deve ser respeitado, o que significa que os cuidados de saúde devem ser ativamente protegidos e nunca visados.
Organização Mundial da Saúde, em nota sobre o bombardeio ao Hospital Al Ahli, na Faixa de Gaza
O número de mortos no ataque ao hospital foi divulgado pelo Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas. O grupo extremista acusou Israel e chamou o ato de "genocídio".
Israel, por sua vez, disse que informações de inteligência apontam que o bombardeio ocorreu após um disparo fracassado do grupo Jihad Islâmica, também combatido pelo país na região. O grupo não se manifestou sobre a acusação.
O ataque
Segundo Israel, houve um disparo em massa de foguetes da Jihad Islâmica em direção a Israel no momento do ataque ao hospital. Na rede social X, antigo Twitter, o porta-voz do Exército diz que as informações são da inteligência de Israel e de "diversas fontes do que dispomos".
A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde. O governo que administra a Faixa de Gaza atribuiu o ataque a Israel e chamou o ato de "crime de guerra", segundo nota obtida pela CNN.
Um médico que atua em Gaza afirmou que as pessoas foram ao hospital por considerarem o local como seguro frente os ataques da última semana à região, disse Ziad Shehadah à emissora Al Jazeera.
O hospital tinha centenas de "pacientes, feridos e pessoas deslocadas à força de suas casas devido aos ataques de Israel", dizem as autoridades palestinas.
Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.