Israel acusa Jihad Islâmica de errar e atingir hospital; grupo nega
O Exército de Israel acusou a Jihad Islâmica de ser responsável pelo ataque que atingiu um hospital na Faixa de Gaza e deixou mais de 500 mortos. Segundo o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, o bombardeio foi fruto de um disparo fracassado do grupo, considerado uma organização terrorista por Israel.
Um porta-voz da Jihad Islâmica chamou a acusação de "mentira" e "invenção".
O que aconteceu
O porta-voz afirmou que houve um disparo em massa de foguetes em direção a Israel no momento do ataque ao hospital. Na rede social X, antigo Twitter, ele diz que as informações são da inteligência de Israel e de "diversas fontes do que dispomos".
O perfil de Israel no X também publicou vídeos junto ao comunicado..
A análise dos sistemas operacionais das FDI [Forças de Defesa de Israel] mostra que, no momento do ataque ao hospital, uma bateria de mísseis inimigos foi lançada em direção a Israel, passando pelas proximidades do local. De acordo com informações de inteligência, de diversas fontes de que dispomos, a Jihad Islâmica é responsável pelo bombardeio que atingiu o hospital.
Posicionamento do porta-voz do Exército de Israel
Breaking: IDF Spokesperson
-- Israel ????? (@Israel) October 17, 2023
From the analysis of the operational systems of the IDF, an enemy rocket barrage was carried out towards Israel, which passed through the vicinity of the hospital when it was hit.
According to intelligence information, from several sources we have,? pic.twitter.com/hdQra9QZAm
À Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica chamou a acusação de "mentira" e "invenção".
Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. Os ocupantes [o exército de Israel] estão tentando encobrir o crime horrível e o massacre que cometeram contra os civis.
Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, à Reuters
O Hamas e a Autoridade Palestina acusaram Israel de serem autores do ataque. O Hospital Batista Al-Ahly Arab é localizado no centro da cidade de Gaza e tinha, além de pacientes e profissionais de saúde, diversas pessoas deslocadas dentor de Gaza, que procuraram o local como um ponto seguro.
A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde. O governo que administra a Faixa de Gaza atribuiu o ataque a Israel e chamou o ato de "crime de guerra", segundo nota obtida pela CNN.
A Organização Mundial da Saúde destacou que o hospital estava na lista de evacuações ordenadas por Israel —um ato criticado pela ONU.
O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que estavam recebendo ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação foi impossível de ser cumprida devido à insegurança atual, à condição crítica de muitos pacientes e à falta de ambulâncias, equipe, capacidade de leitos do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados.
Trecho da nota da OMS
Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.
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