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O que dizem Israel, Hamas e Jihad Islâmica sobre bombardeio de hospital

Colaboração para o UOL

18/10/2023 14h53

A autoria do bombardeio que atingiu o Hospital Batista Al-Ahly Arab na cidade de Gaza, que deixou pelo menos 470 pessoas mortas, ainda é desconhecida e tem rendido uma troca de acusações.

Até o momento, ninguém assumiu responsabilidade pelo ataque, considerado crime de guerra pela ONU (Organização das Nações Unidas).

De um lado, o grupo extremista islâmico Hamas afirma que Israel lançou as bombas contra o prédio. Do outro, o país do Oriente Médio, que está em guerra com o Hamas, nega envolvimento e acusa a Jihad Islâmica - que também afirma não ser feito o bombardeio.

Confira as versões adotadas sobre o ataque:

O que diz o Hamas

Acusações contra Israel. O Hamas e a Autoridade Palestina acusaram Israel de ter efetuado o ataque contra o hospital.

"Genocídio". O Hamas chamou o ato de "genocídio" e divulgou como ficaram o hospital e seus arredores após o bombardeio. Fotos e vídeos mostram carros carbonizados, pessoas desalojadas e construções danificadas.

As vítimas. Segundo o grupo extremista, a explosão matou principalmente mulheres e crianças. O Hospital Batista Al-Ahly Arab é localizado no centro da cidade de Gaza e tinha, além de pacientes e profissionais de saúde, diversas pessoas deslocadas dentro de Gaza, que procuraram o local como um ponto seguro.

Autoridade Palestina se manifesta e decreta três dias de luto. Em nota, Mahmoud Abbas, presidente da entidade, definiu o ato como um "ataque brutal de Israel". Já a ministra da Saúde da Autoridade Palestina, Mai Alkaila, acusou Israel de promover "um massacre", segundo a emissora de TV Al Jazeera.

O que diz Israel

País pediu cautela. Inicialmente, as FDI (Forças de Defesa de Israel) enfatizaram que não tinham como alvo hospitais e pediram cautela sobre "alegações não verificadas", de acordo com a BBC.

Acusação à Jihad Islâmica. Depois, Israel afirmou que houve um disparo em massa de foguetes da Jihad Islâmica em direção ao país no momento do ataque ao hospital. Na rede social X, antigo Twitter, o porta-voz do Exército Daniel Hagari diz que as informações são da inteligência israelense.

A análise dos sistemas operacionais das FDI [Forças de Defesa de Israel] mostra que, no momento do ataque ao hospital, uma bateria de mísseis inimigos foi lançada em direção a Israel, passando pelas proximidades do local. De acordo com informações de inteligência, de diversas fontes de que dispomos, a Jihad Islâmica é responsável pelo bombardeio que atingiu o hospital.
Posicionamento do Exército de Israel

Ataque com outra munição. Segundo a Al Jazeera, Hagari disse a repórteres que não houve um bombardeio diretamente contra o hospital, mas sim contra o estacionamento do local. Ele afirmou que os militares israelenses tinham uma operação na área no momento da explosão, "mas foi com um tipo diferente de munição que não cabe nas imagens que temos [do] hospital".

O perfil de Israel no X também publicou vídeos junto a um comunicado. O registro mostra um ponto de luz, que seria um foguete da Jihad Islâmica (apontada por Israel como a autora do ataque), que perde a altitude repentinamente. Logo depois, é possível ver a explosão que atingiu o hospital. "Um foguete direcionado a Israel falhou e explodiu às 18h59 - no mesmo momento em que um hospital foi atingido em Gaza", escreveram as FDI.

Posicionamento do primeiro-ministro israelense. Benjamin Netanyahu endossou o posicionamento do Exército. Na rede social X, ele escreveu que "aqueles que mataram as nossas crianças também matam suas próprias".

Enfrentando o "inimigo". Já o presidente de Israel Isaac Herzog também escreveu no X que a Jihad Islâmica seria a autora dos disparos que atingiram o hospital e declarou que o país está enfrentando um "inimigo com pura maldade". "Que vergonha para os vis terroristas em Gaza que derramam voluntariamente o sangue dos inocentes."

Jihad Islâmica nega envolvimento

"Mentira" e "invenção". O grupo, no entanto, chamou a acusação de "mentira" e disse que Israel tenta "encobrir o massacre que cometeram contra civis". À Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica disse:

Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. Os ocupantes [o exército de Israel] estão tentando encobrir o crime horrível e o massacre que cometeram contra os civis.
Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, à Reuters

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