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Israel posta vídeo de foguete direcionado ao país durante ataque a hospital

As FDI (Forças de Defesa de Israel) publicaram um vídeo que mostra um foguete sendo disparado em direção ao país durante o ataque que atingiu o hospital Al-Ahly Arab, na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (17).

O ataque deixou ao menos 471 mortos, afirmou em comunicado o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas. O grupo extremista apontou Israel como responsável pelo ataque e chamou o ato de "genocídio". O país, por sua vez, acusou a Jihad Islâmica, que também negou envolvimento.

O que aconteceu:

O registro mostra um ponto de luz, que seria um foguete da Jihad Islâmica (apontada por Israel como a autora do ataque), que perde a altitude repentinamente. Logo depois, é possível ver a explosão que atingiu o hospital.

"Um foguete direcionado a Israel falhou e explodiu às 18h59 - no mesmo momento em que um hospital foi atingido em Gaza", escreveram as FDI.

Após questionamentos sobre uma possível manipulação de imagens —o ataque ao hospital teria ocorrido às 19h59 (horário local) e não 18h59, como mostrado e apontado nos registros divulgados por Israel— as FDI publicaram outro vídeo, que seria ao vivo e transmitido pela rede de televisão Al Jazeera.

As imagens mostram o suposto foguete perdendo altitude, seguido da explosão no hospital. "Verifique suas próprias imagens antes de acusar Israel. 18:59 - Um foguete direcionado a Israel falhou e explodiu. 18h59 - Um hospital foi atingido em Gaza".

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Em entrevista, o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, afirmou na manhã de quarta-feira (noite de terça no Brasil) que os foguetes que atingiram a unidade de saúde foram disparados pela Jihad Islâmica. Os artefatos teriam passado próximos do hospital no momento do ataque e, segundo ele, o espaço foi atingido.

O porta-voz militar declarou que nenhum ataque do país, seja por terra, ar ou mar ocorreu perto do hospital no horário do ataque. Hagari falou que militares israelenses divulgariam informações de radar, imagens e uma gravação de militares em Gaza que comprovariam a tese do país.

Depois, Hagari divulgou no X uma imagem do radar das FDI que mostra o local de lançamento dos foguetes (círculo vermelho) e a proximidade com o hospital (círculo branco).

Já outro porta-voz, o tenente-coronel Jonathan Conricus, disse à CNN que os militares israelenses teriam interceptado uma conversa na qual os jihadistas teriam reconhecido uma falha de ignição nos foguetes, o que teria feito o artefato atingir o hospital.

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À Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica chamou a acusação de Israel de "mentira" e "invenção".

Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. Os ocupantes [o exército de Israel] estão tentando encobrir o crime horrível e o massacre que cometeram contra os civis.
Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, à Reuters

Hamas acusa Israel pelo ataque

O Hamas e a Autoridade Palestina acusaram Israel de serem autores do ataque. O Hospital Al-Ahly Arab é localizado no centro da cidade de Gaza e tinha, além de pacientes e profissionais de saúde, diversas pessoas deslocadas dentro de Gaza, que procuraram o local como um ponto seguro.

A maioria das vítimas é composta por mulheres e crianças, afirmou o Ministério da Saúde. O governo que administra a Faixa de Gaza atribuiu o ataque a Israel e chamou o ato de "crime de guerra", segundo nota obtida pela CNN Internacional.

A Organização Mundial da Saúde destacou que o hospital estava na lista de evacuações ordenadas por Israel —um ato criticado pela ONU.

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O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que estavam recebendo ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação foi impossível de ser cumprida devido à insegurança atual, à condição crítica de muitos pacientes e à falta de ambulâncias, equipe, capacidade de leitos do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados.
Trecho da nota da OMS

Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.

*Com Reuters

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