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Hamas e Putin querem aniquilar democracias, diz Biden; Rússia rebate EUA

Do UOL, em São Paulo

19/10/2023 21h23

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o grupo extremista Hamas e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, querem aniquilar democracias vizinhas. Declaração foi dada em pronunciamento, no Salão Oval da Casa Branca, na noite desta quinta-feira (19). O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rebateu a fala de Biden.

O que aconteceu:

Durante o discurso, Biden comparou Putin ao Hamas. "Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas têm isso em comum: ambos querem aniquilar democracias vizinhas completamente", afirmou o presidente dos EUA.

O presidente do EUA ressaltou que a história já "ensinou" que quando os "terroristas" não pagam o preço pelo terror causado, eles causam ainda mais caos e destruição.

A história nos ensinou que quando os terroristas não pagam um preço por seu terror, quando os ditadores não pagam um preço por sua agressão, eles causam mais caos, dívidas e mais destruição (...) Eles continuam agindo, e o custo e as ameaças aos Estados Unidos e ao mundo continuam aumentando.
Joe Biden

Ele também reafirmou o apoio dos EUA ao governo de Israel e da Ucrânia e justificou que isso é vital para segurança dos Estados Unidos.

Rússia responde Biden

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, respondeu ao pronunciamento do presidente norte-americano, Joe Biden. "Eles costumavam chamar isso de 'luta pela liberdade e pela democracia'", disse ela.

Os EUA "enganaram o mundo usando valores que Washington nunca defendeu", acrescentou a porta-voz do governo russo.

As guerras têm sido tradicionalmente investimentos inteligentes para os Estados Unidos, uma vez que não ocorreram em solo americano e eles não se importam com os custos suportados por outros
Maria Zakharova

Ajuda financeira a Israel e Ucrânia

Biden anunciou que vai enviar ao Congresso um pedido de ajuda "urgente" para Israel e Ucrânia. Ele não falou em valores, mas a expectativa é de que o pedido para aprovação de gastos seja de US$ 14 bilhões para Israel e de US$ 60 bilhões para a Ucrânia, segundo a Reuters.

O pedido foi classificado por ele como "um compromisso sem precedentes com a segurança de Israel que irá aprimorar a vantagem militar qualitativa de Israel, com a qual nos comprometemos". "É um investimento inteligente, que vai pagar dividendos para a segurança americana durante gerações".

O presidente norte-americano esclareceu que, apesar de "os conflitos" parecerem "distantes", medidas são "vitais" para a segurança dos Estados Unidos. "Se não pararmos o apetite de Putin por poder e controle na Ucrânia, ele não se limitará apenas à Ucrânia", destacou.

O democrata voltou a afirmar que não vai enviar tropas americanas aos conflitos, apenas equipamentos bélicos.

Compromisso com os palestinos

Joe Biden também declarou que os Estados Unidos estão comprometidos com os palestinos. Ele mencionou, inclusive, o crime de ódio que resultou na morte de uma criança palestina, em Chicago. "Os palestinos inocentes querem apenas viver em paz e ter dignidade".

O líder norte-americano pontuou ainda que o Hamas não representa o povo palestino. Ele explicou que é preciso promover a existência de dois Estados, para que palestinos e israelenses vivam em paz. "Lamentamos cada vida inocente perdida. Não podemos ignorar a humanidade dos palestinos inocentes que só querem viver em paz e ter uma oportunidade", comentou.

O presidente dos EUA renovou a promessa de resgate dos norte-americanos que estão sendo feitos reféns do Hamas. Ele esclareceu que a segurança desses cidadãos é prioridade para os EUA.

Ele voltou a afirmar que Israel não foi responsável pela explosão do hospital na Faixa de Gaza, como afirmaram representantes do Hamas.

Viagem para Israel

O discurso acontece um dia após a visita do democrata a Israel.

Durante encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o líder norte-americano apontou o "outro lado" como responsável pelo ataque ao hospital Al-Ahly Arab, na Faixa de Gaza. "Estou profundamente triste e indignado com a explosão ontem no hospital em Gaza. E com base no que vi, parece que foi feito pela outra equipe, e não por você", comentou.

O presidente dos EUA também reafirmou o alinhamento com o governo israelense. "À medida que Israel responde a estes ataques, temos que continuar a garantir que vocês tenham o que é preciso para se defender. E vamos garantir que isso ocorra", declarou.

Em 13 dias, a guerra deixou quase cinco mil mortos, segundo autoridades dos dois lados. Entre os palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde local, são 3.540 mortos, sendo 3.478 em Gaza e 62 na Cisjordânia. Em Israel são mais de 1.400 mortos, diz o governo.

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