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Primárias, 'sala escura' e 45% para vencer: como é a eleição na Argentina

Homem registra voto em urna em Buenos Aires, nas primárias da Argentina de 2023 Imagem: JUAN MABROMATA / AFP

Do UOL, em São Paulo

20/10/2023 04h00

No próximo domingo (22), será realizado o primeiro turno das eleições gerais na Argentina. O pleito reunirá nas urnas nomes dos candidatos à presidência e vice-presidência, além de deputados de todo país, senadores de oito províncias e parlamentares do Mercosul.

A votação ocorrerá entre as 8h e as 18h e, em caso de segundo turno para definir o presidente e seu vice, a eleição será realizada no dia 19 de novembro. O voto é obrigatório para pessoas com idade entre 18 e 70 anos.

Primárias: um termômetro para a eleição

Antes do primeiro turno, foi realizada a Paso (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), como são chamadas as primárias argentinas. Nelas, os partidos políticos apresentam os seus candidatos — e podem ser mais de um para a mesma função — e esses recebem votos individualmente.

A Paso, também obrigatória em todo o território, funciona como um termômetro para a eleição. Entre os motivos para a adoção desse sistema, aparece a redução do número de partidos nas eleições gerais.

Isso ajuda muito no primeiro turno, porque vão os candidatos mais fortes, com mais chances de serem eleitos.
Regiane Bressan, professora de Relações Internacionais da Unifesp

"A Paso serve para eliminar partidos que não atingem 1,5% do padrão eleitoral. São como eleições primárias", explica Osvaldo Luis Angel Coggiola, historiador e professor titular de História Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. "Cada partido ou coalizão pode apresentar uma chapa única ou várias chapas, e quem obtiver mais votos será candidato", complementa.

"Em vez de uma escolha interna [dentro do partido ou coalizão], é a população que vai dizer", disse a professora Regiane Bressan.

Quem são os candidatos à presidência

Quem conquistou o primeiro lugar nas primárias deste ano foi o economista de extrema-direita Javier Milei, do Liberdade Avança, com 29,86%. Depois veio a coalizão Juntos pela Mudança, da conservadora Patricia Bullrich (28%) e, em terceiro lugar, ficou a União pela Pátria, de Sergio Massa (27,28%), atual Ministro da Economia e candidato governista. A Paso foi realizada em 13 de agosto.

Há nomes menos cotados, ainda na disputa presidencial. São eles o governador de Córdoba, Juan Schiaretti (3,71% dos votos), do Hacemos por Nuestro País, e Myriam Bregman (2,61%), da Frente de Esquerda e Unidade dos Trabalhadores, segundo informou o La Nación.

A "sala escura" para o voto

Os eleitores recebem um envelope aberto para inserir a cédula de votação no seu candidato. Depois, em um lugar chamado "sala escura", eles inserem seus envelopes fechados em uma urna de votação.

45% para vencer no primeiro turno

Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa garantir mais de 45% dos votos. Ou mais de 40% desde que com uma diferença superior a 10 pontos percentuais para o rival mais próximo.

Caso contrário, é realizado o segundo turno — neste ano, previsto para 19 de novembro.

A possível vitória de Milei preocupa o governo brasileiro, como disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta semana. "É natural que eu esteja (preocupado). Uma pessoa que tem como uma bandeira romper com o Brasil, uma relação construída ao longo de séculos, preocupa. É natural isso. Preocuparia qualquer um... Porque, em geral, nas relações internacionais você não ideologiza a relação", disse ele em entrevista à Reuters.

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