Quem são os principais candidatos à presidência na Argentina

No domingo (22), os argentinos vão às urnas para o primeiro turno das eleições presidenciais que contam com três nomes na liderança:

o economista de extrema direita Javier Milei, do Liberdade Avança;

a conservadora Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança;

o atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, peronista do União pela Pátria.

Esses candidatos se confirmaram à frente na disputa após resultado das Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), realizadas em agosto, que funcionam como um termômetro das eleições.

Na votação, Milei conquistou o primeiro lugar, com 29,86%. Depois veio a coalizão Juntos pela Mudança, de Bullrich (28%) e, em terceiro lugar, ficou a União pela Pátria, de Massa (27,28%). Há candidatos menos cotados, como o governador de Córdoba, Juan Schiaretti (3,71% dos votos), e Myriam Bregman (2,61%) dos votos, segundo informou o La Nación.

O que dizem pesquisas eleitorais

A probabilidade é que a disputa seja decidida no segundo turno, como apontam as pesquisas eleitorais Synopsis Consultores e Opina Argentina, divulgadas na semana passada. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa obter 45% dos votos, ou mais de 40% desde que tenha uma vantagem de mais de 10 pontos percentuais sobre seu rival mais próximo.

Milei aparece na liderança nas duas pesquisas. Atrás dele estão Massa, em segundo lugar, e Bullrich, em terceiro.

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O candidato de extrema direita tem entre 34% e 35% dos votos, conforme pesquisa da Opina Argentina. Massa tem entre 29% e 30%, enquanto Bullrich tem entre 24% e 25%. Uma pesquisa da Synopsis Consultores aponta Milei com 36,5%, seguido por Massa, com 29,7%, e Bullrich, com 23,8%.

"O resultado está em aberto", disse, na ocasião, o analista da Opina Argentina, Facundo Nejamkis.

Quem são os candidatos

Javier Milei

Javier Milei, candidato a presidente da Argentina
Javier Milei, candidato a presidente da Argentina Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian

Milei venceu as eleições primárias com o discurso de que os políticos devem ser "chutados na bunda". O economista de extrema direita tem 52 anos e representa o partido Liberdade Avança.

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Ele foi eleito deputado federal em 2021 e ficou conhecido por participações em talk shows.

O economista se declara "anarcocapitalista", corrente ultraliberal que defende privatizações e ausência do Estado. Uma de suas propostas polêmicas é dolarizar a economia e abandonar o desvalorizado peso argentino.

Milei diz que vai "dinamitar" o Banco Central e defende a privatização dos sistemas de saúde e de educação. Seu propósito é a redução da máquina pública.

Afirma ser um admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro e propõe facilitar a posse de armas de fogo para a população.

Já chamou as mudanças climáticas de "farsas da esquerda". É a favor do casamento gay, contra o aborto — prática legalizada na Argentina em 2020 — e classifica a educação sexual como uma manobra para destruir a família.

Sergio Massa

Sergio Massa, candidato a presidente
Sergio Massa, candidato a presidente Imagem: JUAN MABROMATA / AFP
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Massa assumiu o Ministério da Economia há um ano, em um dos piores momentos da prolongada crise — hoje, os argentinos vivem atormentados por uma inflação de 138,8%, na leitura anual.

Antes, Massa era o presidente da Câmara dos Deputados da Argentina. Ele é advogado e tem 51 anos.

É o candidato peronista, de centro-esquerda, do União pela Pátria. Em 2013, criou o Frente Renovador (Frente Renovadora), um partido de centro como alternativa a Cristina Kirchner (atual vice-presidente), de quem foi chefe de gabinete entre 2008 e 2009.

Apesar desse rompimento com Kirchner, hoje ele faz parte do governo de esquerda de Alberto Fernández.

Em 2015, chegou a ser candidato à presidência na Argentina. Filho de imigrantes italianos, o político cresceu na periferia de Buenos Aires.

Patricia Bullrich

Patricia Bullrich, candidata à Presidência na Argentina
Patricia Bullrich, candidata à Presidência na Argentina Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian
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Patricia Bullrich se apresenta como linha-dura e é da coalização conservadora Juntos pela Mudança. Ela é cientista política, tem 67 anos e está envolvida com política desde a adolescência.

Já foi ministra por duas vezes. Ocupou a pasta de Segurança no governo Macri (2015-2019), governo de centro-direita, e a do Trabalho na gestão de Fernando de la Rúa (1999-2001), de centro-esquerda.

Assim como Milei, foi contra a entrada da Argentina no Brics — grupo de países de economia emergente, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia e China. Os argentinos ingressaram em 2023.

A história de sua família se entrelaça com a da Argentina. A família Bullrich foi proprietária da mais importante casa de leilões de gado de Buenos Aires no século 19. Seu bisavô, Honorio Pueyrredón, foi um dirigente radical renomado (social-democrata). E seu cunhado, Rodolfo Galimberti, foi um líder importante dos Montoneros.

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