Conteúdo publicado há 8 meses

Sobe para 43 os mortos após passagem de furacão em Acapulco, no México

Subiu para 43 o número de mortos após a passagem do furacão Otis pela cidade turística de Acapulco, no México, no início desta semana, segundo atualização do governo local neste sábado (28).

O que aconteceu

Otis atingiu Acapulco com ventos de 266 quilômetros por hora na manhã de quarta-feira (25). A tempestade de categoria 5 inundou a cidade, arrancou telhados de casas, lojas e hotéis, submergiu veículos e cortou comunicações e conexões rodoviárias e aéreas.

O governo já havia relatado que 27 pessoas tinham morrido e que outras quatro estavam desaparecidas por causa de Otis. A atualização para 39 mortos foi divulgado pelas agências de notícias Reuters e AFP.

O número revisado de mortos dá um total de 29 homens e 10 mulheres como vítimas. O comunicado oficial é do governo de Guerrero, estado onde fica Acapulco.

Mais de 220 mil casas e 80% do setor hoteleiro foram afetados. Cerca de 513 mil pessoas ficaram sem energia.

Os saques também vêm devastando Acapulco desde que a tempestade deixou milhares de moradores sem água e comida.

Furacão deixou rastro de destruição em Acapulco, no México
Furacão deixou rastro de destruição em Acapulco, no México Imagem: Henry Romero - 25.out.2023/Reuters

Os desafio de se comunicar em Acapulco

Andrea Fernández, grávida de oito meses, quer desesperadamente dizer ao marido, preso em outro estado, que está bem depois do furacão Otis, que devastou Acapulco.

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"Não há rede. Faz três dias que não consigo me comunicar", diz a mulher, encostada em uma ponte dessa cidade do estado de Guerrero. Nessa ponte, cerca de vinte pessoas levantam seus celulares, apontando para diferentes ângulos, na esperança de fazer uma ligação repentina ou enviar uma mensagem tranquilizadora.

"Estou desesperada", diz Fernández, em meio às lágrimas.

Desde a madrugada de quarta-feira, a eletricidade e as telecomunicações entraram em colapso nesta cidade costeira com cerca de 780 mil habitantes.

Às vezes, os celulares captam sinal em algumas partes do porto, embora geralmente seja instável.

Muitos deles procuram entrar em contato com suas famílias apenas para que saibam que estão bem. Assim que consegue realizar a tão esperada ligação, uma mulher rapidamente dá a notícia: "Não tem como sair daqui! Falo com você de novo quando puder. Perdemos tudo. É horrível".

Quando não conseguem se comunicar sentam-se resignados no chão para tentar novamente mais tarde, tentando preservar a bateria dos seus celulares.

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"Difícil e estressante"

Yesenia Peñaloza também caminha pela ponte tentando ligar para sua irmã, que mora no estado vizinho de Michoacán (oeste), para lhe dizer que ela e seus pais estão seguros após o furacão.

A jovem de 21 anos conta que sua família conseguiu se abastecer. Às vezes, porém, ela se preocupa com a falta de alimentos a curto prazo.

"Há poucos lugares onde você pode ir (para tentar se comunicar). Mandei mensagens de texto, mas não sei se chegarão", diz a mulher, que trabalha em um hotel onde não sabe se sofreu danos ou se ela poderá manter seu emprego lá.

Para Yesenia é "difícil e estressante" saber que a irmã está preocupada com a família. "Algumas pessoas tiveram a sorte de encontrar um sinal e se comunicar", diz ela, resignada.

Nas redes sociais, várias pessoas também tentam saber qual foi o destino de seus familiares. "Desde terça-feira à noite não temos notícias do meu pai depois do furacão", lamenta uma mulher.

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As emissoras de TV locais colocaram câmeras no porto e permitiram que as pessoas entrassem ao vivo para informar que estavam seguras, ao mesmo tempo que transmitiram fotos de pessoas não localizadas.

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