Israel dá condições para encerrar guerra com o Hamas: 'Inegociáveis'
Do UOL*, em São Paulo
04/12/2023 16h30
O governo israelense apresentou duas condições para encerrar "imediatamente" a guerra contra Hamas na Faixa de Gaza, retomada com ataques recorrentes em toda a região após dias de trégua.
O que aconteceu
As duas condições são "inegociáveis", disse hoje Ofir Gendelman, porta-voz do governo israelense. Em entrevista coletiva concedida hoje, o oficial disse que a guerra seria encerrada "imediatamente" caso o Hamas cumprisse as duas exigências:
Primeira: o Hamas deve libertar todos os sequestrados, sem qualquer exceção. Segunda: os líderes do Hamas devem se render e esta organização terrorista deve ser desmantelada completamente e para sempre.
Ofir Gendelman, porta-voz do governo de Israel
O Hamas ainda não comentou a declaração. Hoje, o Ministério da Saúde do território palestino afirmou 15.899 pessoas foram mortas desde o começo da guerra, 70% delas mulheres e crianças.
O porta-voz ainda disse que os cidadãos de Gaza podem viver como os dos Emirados Árabes se o Hamas for eliminado. "Gaza será reconstruída. Os cidadãos de Gaza poderão viver normalmente e em paz, longe da violência e do terrorismo", declarou. No entanto, o representante não explicou quais seriam as condições de Israel para a suposta reconstrução, e nem qual seria a forma de conduzir uma nova liderança política à região, que é dominada pelo Hamas desde 2006.
Líderes políticos do Hamas vivem sob proteção do Qatar. Doha é a sede de um dos escritórios do grupo extremista e também abriga um dos fundadores do Hamas, Khalid Mashaal, desde que ele sobreviveu a um atentado contra sua vida na década de 90.
Após o fim da trégua, Israel voltou a atacar Gaza —e foguetes foram lançados em direção aos israelenses que ocupam o enclave. Após a mediação do Catar, os dois lados do conflito respeitaram uma trégua de uma semana que incluiu a libertação de 137 reféns na Faixa de Gaza e 240 prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Guerra hoje: ataques chegam ao sul, para onde civis foram deslocados
Alvos são atacados em toda a Faixa de Gaza, incluindo o bairro de Shejaiya, na cidade de Gaza, no norte, e Khan Younis, no sul, de acordo com as Forças de Defesa de Israel —que haviam orientado para que a população civil do norte de Gaza fosse ao sul para se "proteger" dos ataques.
Em Beit Hanoun, o exército afirma ter destruído a "infraestrutura" do Hamas dentro de uma escola. Dentro do complexo de ensino, as tropas encontraram duas entradas de túneis, um continha armadilha, e outras armas.
O Hamas disse ter destruído ao menos 28 veículos militares israelenses dentro de Gaza. O Exército israelense confirmou ao menos duas mortes de soldados após embates com os militantes. Outros dois ficaram feridos.
*Com informações da AFP