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Chefe de ONG detida na Venezuela está em prisão de serviço de inteligência

Rocío San Miguel, chefe da ONG venezuelana Controle Cidadão Imagem: Reprodução - 27.jan.2023/X @rociosanmiguel

Do UOL, em São Paulo

14/02/2024 11h00

A ativista venezuelana Rocío San Miguel, diretora da ONG Controle Cidadão, foi levada para a prisão do serviço de inteligência da Venezuela, em Caracas, após ser detida na última sexta-feira (9).

O que aconteceu

A transferência de Rocío foi realizada três dias após sua prisão. O local da detenção foi confirmado pelo advogado Joel García, que faz parte de defesa da ativista. Até então, não se sabia qual era o paradeiro dela. A última informação que se tinha era de denúncias de que ela havia sido submetida a um "desaparecimento forçado" após ser detida no aeroporto internacional Simón Bolívar, em Maiquetía.

Diretora de ONG é acusada de "traição" e "terrorismo". Na segunda-feira (12), o promotor Tarek William Saab publicou no X (o antigo Twitter) que o MP (Ministério Público) vai pedir para que o tribunal antiterrorismo da Venezuela cuide do caso.

Ex-marido de diretora de ONG também continua preso. O militar reformado Alejandro José Gonzales De Canales Plaza, que foi casado com Rocío, está detido por "suposta prática dos crimes de revelação de segredos políticos e militares relativos à segurança da nação, obstrução de administração da Justiça e associação". Ele foi preso na Direção Geral de Contra-Inteligência Militar da Venezuela.

A família da ativista foi liberada, mas vai ter que cumprir medidas cautelares. Segunda a defesa de Rocío, a filha, o pai e dois irmãos dela também estavam presos, mas foram soltos. Os quatro, porém, estão proibidos de deixar o país e falar com a imprensa, e também foram obrigados a se apresentar à Justiça periodicamente.

MP acusa ativista de integrar trama conspiratória

Para o MP, Rocío e seus familiares fazem parte do grupo chamado "Brazelete Blanco". O governo Nicolás Maduro descreveu esse grupo como autor de um plano para atacar uma base militar em Táchira, na fronteira com a Colômbia, para, posteriormente, assassinar o presidente venezuelano.

O governo venezuelano alega que Maduro é alvo de outros planos conspiratórios. Só em 2023, afirma ter neutralizado cinco "conspirações" envolvendo militares, jornalistas e ativistas de direitos humanos. Em 2014, Rocío foi acusada pelo próprio ditador da Venezuela. À época, Maduro disse que a ativista estava envolvida em uma "revolta militar".

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