Autoridade diz que Hamas aceita se desarmar com criação do Estado Palestino
Do UOL, em São Paulo
25/04/2024 08h25Atualizada em 25/04/2024 08h34
O Hamas está disposto a se desarmar e acertar um cessar-fogo se Israel concordar com a criação do Estado Palestino, afirmou uma autoridade em entrevista à Associated Press.
O que aconteceu
Khalil Al-Hayya, uma alta autoridade política ligada ao Hamas, condicionou uma trégua de cinco anos ou mais à criação de um Estado Palestino independente. Al-Hayya participou das negociações que garantiram um cessar-fogo temporário entre Israel e Hamas em novembro de 2023.
Ele diz que o Estado da Palestina seria estabelecido baseado nas fronteiras pré-1967, ou antes da Guerra dos Seis Dias. "Um Estado palestino totalmente soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e o retorno dos refugiados palestinos de acordo com as resoluções internacionais".
Se isso acontecesse, o Hamas estaria disposto a se desarmar, diz Al-Hayya. "Todas as experiências das pessoas que lutaram contra ocupantes, quando se tornaram independentes e obtiveram seus direitos e seu Estado, o que essas forças fizeram? Elas se tornaram partidos políticos e suas forças de defesa se tornaram o exército nacional", disse ele.
É pouco provável que Israel considere uma negociação que envolva a criação do Estado Palestino. Em fevereiro, o Parlamento israelense aprovou uma resolução do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, contra qualquer "reconhecimento unilateral de um Estado palestino", que, segundo o texto, equivaleria a recompensar "o terrorismo sem precedentes" do Hamas.
Al-Hayya também falou que o Hamas deseja entrar na Organização para a Libertação da Palestina, liderada hoje pela facção rival Fatah. A expectativa é criar um governo unificado para Gaza e a Cisjordânia.