Robert Pickton: o fazendeiro que transformava vítimas em comida para porcos
Colaboração para o UOL*
02/05/2024 04h00
Um dos maiores assassinos em série do Canadá, Robert Pickton cumpre pena de prisão perpétua na província de Colúmbia Britânica pelo assassinato de seis mulheres. Mas agora, ele está elegível para solicitar liberdade condicional.
Quem é Robert Pickton?
Criador de porcos. Robert Pickton nasceu em 1949 e herdou a criação de porcos da família em Port Coquitlam, próximo a Vancouver, em 1970, após a morte de seus pais.
Manchetes internacionais em fevereiro de 2002. Na época, a polícia local emitiu um mandado de busca para a fazenda de Pickton sob o pretexto de investigar uma denúncia de porte ilegal de arma de fogo. No local, porém, as autoridades descobriram corpos mutilados armazenados em congeladores.
Restos humanos. Após mais de um ano de investigações, também foram descobertos restos humanos entre os resíduos deixados pelos porcos.
As vítimas. Quase todas as vítimas do serial killer eram mulheres que viviam nas ruas, que se dedicavam à prostituição ou eram dependentes químicas.
A condenação
Condenado à prisão perpétua. Pickton foi condenado em 2007 por seis acusações de assassinato. Ele confessou o assassinato de 49 mulheres, mas as autoridades canadenses decidiram não julgá-lo pelo número total porque "novas penas não resultariam em um aumento da sentença que já recebeu".
Quase 70 vítimas. Apesar de a pena levar em consideração o assassinato de apenas seis mulheres, as autoridades locais e as famílias de mulheres desaparecidas o consideram responsável pela morte de até 69 mulheres.
Dificuldade na identificação dos corpos e restos vendidos para clientes. Identificar todos os restos mortais se tornou complicado, porque a polícia temia que Pickton tivesse canibalizado algumas de suas vítimas. Inclusive, em 2004, dois anos após a primeira busca, os promotores revelaram que o fazendeiro pode ter triturado suas vítimas e misturado com produtos suínos de sua fazenda, depois vendidos aos seus clientes.
Críticas à atuação da polícia. Embora a polícia de Vancouver tenha recebido várias denúncias sobre o desaparecimento de dezenas de mulheres e de indícios que relacionavam Pickton às desaparições, os agentes se negaram durante anos a investigar o criador de porcos.
Pedido de desculpas às famílias. Em 2010, três anos após Pickton ter sido condenado pelos assassinatos, a polícia de Vancouver emitiu um comunicado de desculpas oficial às famílias das vítimas por ter ignorado durante anos o desaparecimento das mulheres.
Liberdade condicional
Em fevereiro daquele ano, tornou-se elegível para pedir liberdade condicional. Pickton foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional por 25 anos em 2007. No entanto, uma lei canadense diz que as penas de prisão só podem ser cumpridas simultaneamente —e não consecutivamente. Isso significa que Pickton agora é elegível para solicitar liberdade condicional diurna —podendo solicitar a liberdade condicional completa a partir de 2027.
Famílias das vítimas reagem. Segundo o Daily Mail, as famílias das vítimas reagiram com indignação à notícia, com uma delas dizendo que sua volta aos holofotes a faz sentir-se "enojada".
Saída ainda não foi solicitada. Também de acordo com o tabloide britânico, Pickton não enviou nenhum pedido de audiência de liberdade condicional —e espera-se que ele seja negado se o fizer, diante da gravidade de seus crimes.
Livro polêmico
"Pickton: In His Own Words" ("Pickton: Em suas próprias palavras", em tradução livre). Segundo o The Guardian, Pickton lançou um livro e colocou à venda na Amazon em 2016, mas a obra foi retirada de circulação poucas horas depois de aparecer no site.
O que dizia o livro. A obra, que contava com muitos erros gramaticais, foi publicada pela Outskirts Press, um serviço de autopublicação com sede no Colorado. Nela, Pickton se declarava inocente e usava diversas frases bíblicas, segundo informou a emissora canadense CTV.
Mais investigações. Na época, o procurador-geral da província, Mike Morris, disse que a Colúmbia Britânica investigava se Pickton realmente era o autor do livro de 144 páginas e, se fosse verdade, como a obra teria saído da prisão na qual cumpre pena.
*Com Efe