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Imagens mostram destroços de helicóptero que levava presidente do Irã; veja

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/05/2024 08h36

O helicóptero que transportava o presidente do Irã, Ebrahin Rasisi, e outras autoridades, ficou destroçado após cair em uma área de difícil acesso na região de Varzaqan.

Vídeo mostra destroços da aeronave

Imagens compartilhadas pela IRNA, agência estatal do Irã, mostram partes do helicóptero que resistiram à queda e às chamas. É possível verificar que a aeronave caiu em uma área de mata e foi quase completamente destruída.

Além de Ebrahim Raisi, estavam no helicóptero o chanceler Hossein Amir-Abdollahian; Malek Rahmati, governador de Azerbaijão Oriental; e o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem — todos morreram, inclusive o piloto.

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Helicóptero havia sido localizado nas primeiras horas de segunda (20). A aeronave caiu no domingo (19) entre as cidades de Varzaqan e Jolfa, na província do Azerbaijão Oriental, segundo informou a IRNA. O local em que ocorreu o acidente é montanhoso e de difícil acesso, e o mau tempo dificultou as buscas.

Raisi esteve no Azerbaijão para inaugurar uma barragem. Trata-se da terceira que os dois países construíram no rio Aras.

Líder supremo do Irã havia tentado acalmar a população. Antes mesmo da confirmação da morte, o aiatolá Ali Khamenei disse que ninguém deveria ficar preocupado ou ansioso porque "a gestão do Estado do Irã não seria afetada" pelo desastre.

Líderes globais lamentaram a morte de Raisi. Diversos representantes de países do Oriente Médio, da União Europeia e chefes de grupos extremistas apoiados pelo Irã expressaram suas condolências e se solidarizam com os iranianos.

Quem era Ebrahim Raisi?

Ebrahim Raisi, presidente do Irã, em frente à aeronave presidencial Imagem: Divulgação/IRNA

Populista ultraconservador Ibrahim Raisi tinha 63 anos. Ele nasceu em novembro de 1960, na cidade sagrada xiita de Mashhad, no nordeste do país. Raisi fez carreira no Judiciário em cargos de procurador-geral entre 2014 e 2016, vice-chefe de Justiça de 2004 a 2014 e promotor e procurador adjunto de Teerã nas décadas de 1980 e 1990.

Ele chegou à presidência em 2021, após vencer em 1º turno. Durante a campanha, levantava bandeiras anticorrupção e em defesa dos pobres. A votação foi marcada por uma abstenção recorde em eleições presidenciais e com a ausência de um opositor forte. Raisi recebeu 62% dos votos, que correspondem a cerca de 17,8 milhões de eleitores.

Iraniano havia substituído o moderado Hasan Rohani. A principal conquista de Rohani em seus dois mandatos foi o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências ocidentais. Rouhani ganhou de Raisi nas eleições presidenciais de 2017 e, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.

Raisi era criticado por suposta violação dos direitos humanos. Quando ainda era juiz, ele teria influído na decisão de matar, sem julgamento, 3.000 dissidentes do regime iraniano em 1988. Raisi estava na lista de líderes iranianos que os Estados Unidos sancionaram por "cumplicidade" em "graves violações dos direitos humanos" — o que Teerã nega.

Morte do presidente pode gerar disputa interna pelo poder. Segundo Uriã Fancelli, mestre em Relações Internacionais, essa briga dificilmente envolveria, de fato, uma oposição — que cada vez mais tem encontrado dificuldade para se candidatar e se eleger. "São grupos perseguidos e desqualificados pelo Conselho Guardião, que aprova ou barra os candidatos para as eleições, incluindo a presidência", explicou ao UOL.

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