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Se bilionários pagassem por fortunas, fome na África acabaria, diz Lula

Lula e o presidente do Benim, Patrice Talon, durante a cerimônia no Palácio do Planalto Imagem: Ricardo Stuckert / PR

Do UOL, em Brasília

23/05/2024 14h25Atualizada em 23/05/2024 14h37

O presidente Lula (PT) voltou a defender nesta quinta-feira (23) a taxação de super-ricos e, sem apresentar dados, afirmou que impostos sobre bilionários globais poderiam acabar com a fome na África.

O que aconteceu

Aproximação entre Brasil e África. Lula recebeu hoje a visita do presidente do Benin, Patrice Talon, e defendeu a aproximação entre o Brasil e o continente africano. Atualmente, o Benin debate uma lei para conceder cidadania a brasileiros afrodescendentes.

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Defesa da taxação de super-ricos. Na fala à impresa após a assinatura de acordos entre os dois países, o presidente brasileiro voltou a defender a taxação das fortunas de bilionários do mundo e disse que os impostos ajudariam a acabar com a fome na África.

Se os 3 mil bilionários do planeta pagassem 2% de impostos sobre o rendimento das suas fortunas, poderíamos gerar recursos suficientes para alimentar as 340 milhões de pessoas que, segundo a FAO [Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação], enfrentam insegurança alimentar severa na África.
Lula, em encontro com presidente beninês

Tema tem sido recorrente nos discursos de Lula. No ano passado, o governo conseguiu emplacar a tributação dos fundos de super-ricos e das offshore, empresas de brasileiros localizadas em paraísos fiscais, sob a justificativa de aumentar a arrecadação.

Brasil tem tentado expandir essa pauta internacionalmente. À frente do G20, o Itamaraty tem defendido a criação de mecanismos internacionais de cooperação tributária e uso de imposto sobre os bilionários para financiar medidas contra pobreza e crise climática.

O grupo de trabalho sobre arquitetura financeira do G20 promoverá, em junho, um debate com especialistas africanos, cujos resultados levaremos para a reunião de ministros das Finanças do G20. [...] Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza.
Lula, em encontro com presidente beninês

Mais cedo, Lula já havia feito provocação sobre isenção de impostos. A fala ocorreu quando o presidente foi questionado sobre projeto de lei que tramita na Câmara e tenta tributar compras internacionais até US$ 50. "Temos dois tipos de gente que não paga imposto: as pessoas que viajam, com isenção no free shop, que não pagam, pessoas de classe média", disse, ao indicar que deve vetar a taxação.

Lula pregou ainda que a desigualdade seja tema do G20. "O que vemos hoje é uma absurda exportação líquida de recursos dos países mais pobres para os países mais ricos. Não há como investir em educação, saúde ou adaptação à mudança do clima se parte expressiva do orçamento é consumido pelo serviço da dívida", afirmou. O Brasil é o presidente atual do G-20, mandato que vai até novembro deste ano.

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