llhas Marianas: Assange será julgado em palco de batalha da 2ª Guerra

Após ser libertado da prisão na Inglaterra, Julian Assange está a caminho das Ilhas Marianas do Norte, território dos EUA. Imagens dele no avião foram compartilhadas em páginas do WikiLeaks nas redes sociais.

O que são as ilhas Mariana do Norte?

Localizadas no meio do Oceano Pacífico, as Ilhas Marianas do Norte são um arquipélago de 14 ilhas vulcânicas — algumas delas desabitadas.

A maior parte da população local — de pouco mais de 55 mil habitantes — vive na ilha de Saipan, a capital. Segundo a BBC, apenas outras quatro ilhas são povoadas.

Saipan, inclusive, foi local de uma sangrenta batalha da Segunda Guerra Mundial — quando o exército dos EUA sofreu o maior ataque "banzai" do conflito, mas mesmo assim saiu vencedor. De acordo com a Reuters, a ilha e seus arredores estão repletos de memoriais e naufrágios populares entre os mergulhadores.

Após três semanas de combates em Saipan, dois terços da ilha estavam nas mãos dos EUA. As forças norte-americanas queriam o território para que ele servisse de base para ataques de seus bombardeiros B-29 ao arquipélago japonês, mais ao norte.

As consequências da última tentativa de resistência japonesa, que aconteceu em 7 de julho de 1944, foram horríveis. Mais de 4.000 soldados japoneses foram mortos, enquanto 406 soldados norte-americanos morreram e outros 512 ficaram feridos.

Dois dias depois do fim da batalha, Saipan foi considerada segura. Ainda assim, os fuzileiros dos EUA assistiram a centenas de civis japoneses cometerem suicídio em massa saltando dos penhascos ao norte da ilha.

Canhão na ilha de Saipan, onde ocorreu o maior ataque Banzai da Segunda Guerra Mundial
Canhão na ilha de Saipan, onde ocorreu o maior ataque Banzai da Segunda Guerra Mundial Imagem: Reprodução / Wikimedia Commons / Reprodução / Wikimedia Commons

A 2.400 km ao sul do Japão, o território pertence aos EUA. Apesar de os nascidos nessas ilhas serem considerados cidadãos norte-americanos, eles não têm direito a votar nas eleições presidenciais.

Continua após a publicidade

Os EUA assumiram o controle das Ilhas Marianas do Norte justamente durante a Segunda Guerra Mundial. Antes disso, o território havia sido colonizado pela Espanha, depois pela Alemanha e, por último, pelo Japão.

Bandeiras dos EUA e das Ilhas Marianas do Norte
Bandeiras dos EUA e das Ilhas Marianas do Norte Imagem: Reprodução / Wikimedia Commons / Abasaa

Votação popular. Depois de décadas sob controle dos EUA, os residentes votaram, em 1975, para se tornarem uma Comunidade dos EUA e se retirarem do Território Fiduciário da ONU.

As Ilhas Marianas têm governador, legislador e líderes municipais eleitos. Embora não possam votar, o território tem também um delegado permanente na Câmara dos Representantes dos EUA.

15.jan.2017 - Os "Penhascos do Suicídio", nas Ilhas Marianas, não formam exatamente um cemitério. Mas este fato não os deixa menos sombrios. Isso porque, durante a Segunda Guerra, mais de 1000 japoneses se suicidaram ao mesmo tempo no local, se lançando dos penhascos e caindo nas rochas e no mar
15.jan.2017 - Os "Penhascos do Suicídio", nas Ilhas Marianas, não formam exatamente um cemitério. Mas este fato não os deixa menos sombrios. Isso porque, durante a Segunda Guerra, mais de 1000 japoneses se suicidaram ao mesmo tempo no local, se lançando dos penhascos e caindo nas rochas e no mar Imagem: Reprodução/MegaCurioso

Destino turístico aberto à China. O turismo nas Ilhas Marianas é popular entre coreanos e chineses. Esta é a única parte dos EUA onde os cidadãos chineses podem entrar sem visto.

Continua após a publicidade

Ponto mais profundo do oceano fica nas Ilhas Marianas. A Fossa das Marianas, uma espécie de longa fenda de 2.550 quilômetros de comprimento no oceano, atinge os 11 quilômetros de profundidade.

Se invertido, o ponto mais profundo de lá é 2 mil metros mais alto do que o cume do Everest, montanha mais alta do mundo. Devido à sua profundidade, a fossa está envolta em uma escuridão perpétua com temperaturas glaciais.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.