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Após 'desastre' em debate, cresce pressão por desistência de Biden

Do UOL, em São Paulo

28/06/2024 08h53Atualizada em 28/06/2024 11h55

A mídia dos Estados Unidos deu a "derrota" no debate presidencial desta quinta-feira (27) para o democrata Joe Biden. Colunistas do jornal The New York Times pediram que o atual candidato desistisse da reeleição. Veículos de imprensa citaram fontes do próprio Partido Democrata, que já estariam pensando em alternativas para substituir o atual presidente como candidato da sigla.

O que aconteceu

"Biden é um bom homem e um bom presidente, mas deve desistir da corrida eleitoral", afirmou o colunista Thomas L. Friedman. Em seu artigo de opinião, o jornalista afirmou que "não consegue lembrar de um momento tão dilacerante" quanto este na história das campanhas presidenciais do país.

Em entrevista ao vivo com a vice-presidente Kamala Harris, o âncora John King, da CNN, também questionou se Biden não deveria desistir. O jornalista citou que membros do próprio Partido Democrata passaram a estudar a troca de candidato após o desempenho do atual presidente no debate, que foi classificado como um 'desastre'. Harris defendeu o companheiro de chapa e o desempenho de Biden no debate.

"Biden não pode continuar assim", afirmou outro colunista, Frank Bruni, também no NYT. Ao menos outras três colunas de opinião do jornal apontam os problemas de Biden e o classificam como incapaz de seguir na corrida presidencial.

Mau desempenho foi destaque na imprensa. Enquanto canais e jornais apontaram a "incapacidade" de Biden de se mostrar apto para mais quatro anos de governo, eles analisaram que Donald Trump continuou aplicando seu "tradicional negacionismo" no primeiro debate presidencial do país neste ano.

"Problema de idade" de Biden ficou muito pior, segundo a análise da CNN Internacional. O canal norte-americano apontou que o presidente, de 81 anos, não conseguiu afastar a maior preocupação dos seus eleitores sobre sua capacidade de continuar guiando o país.

Democratas ficaram "profundamente preocupados" com a desenvoltura do presidente. Na análise do The New York Times, ele teve um desempenho "hesitante", o que melhorou o cenário para a desenvoltura "relativamente estável" do seu oponente republicano.

"Desempenho decepcionante", disse ex-diretora de comunicações da Casa Branca. Ao NYT, Kate Bedingfield afirmou que Biden não conseguiu provar que tem energia para continuar no cargo.

"Já debati com Joe sete vezes e, em 2024, ele é um cara diferente", disse Andrew Yang ao NYT. O empresário, que foi pré-candidato em 2020, usou as redes sociais para afirmar que Biden precisa desistir da competição.

"Pânico imediato" abateu membros da campanha de Biden, disse a BBC dos Estados Unidos. A demora do presidente para responder a algumas perguntas e o tom "rouco e frio" da sua voz causaram pânico nos bastidores da campanha. A imagem de "caos" e "pânico" nos bastidores também foi relatada por fontes ao canal CBS.

O tom rouco da voz de Biden também foi destaque do canal CBS. Na análise da emissora, esse foi um obstáculo na tentativa de conquistar a confiança do público. O canal também elencou os erros de palavras e a "perda no fluxo de pensamentos" do presidente, como o momento no qual ele chamou "bilionários" de "trilionários" e esqueceu a palavra "Medicare".

Trump "seguiu mentindo", analisaram comentaristas

As colunas de opinião da imprensa americana também pintaram o republicano como um "mentiroso que não aprendeu nada". A imprensa criticou, porém, a falta de habilidade do democrata para contestar as alegações falsas sobre os ataques ao Capitólio, aumento de impostos e covid-19.

Desempenho mediano de Trump "pareceu melhor" por fazer contraste aos problemas de Biden. Nas análises internacionais, os canais afirmaram que ele "soou enérgico em comparação ao seu oponente", mesmo cometendo erros sequenciais nas suas falas.

Vice e campanha tentam diminuir críticas

"Terminou forte", afirmou Kamala Harris. Em entrevistas após o debate, a vice-presidente afirmou que não negaria que o começo do debate foi "devagar" para o atual presidente. Ela afirmou, porém, que o embate terminou bem para Biden.

Equipe alegou que Biden estava resfriado. Uma das justificativas dadas para a voz rouca do candidato foi de que ele estava se recuperando da doença.

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