Análise: Troca de Biden não seria por etarismo, mas para favorecer Trump

A troca do presidente democrata Joe Biden na disputa de sua reeleição não seria por etarismo, mas para favorecer seu antecessor republicano Donald Trump, analisou o professor de relações internacionais da ESPM Leonardo Trevisan durante entrevista no UOL News 2ª Edição desta quinta-feira (4).

A revista britânica The Economist defendeu que Biden desista da eleição colocando uma imagem do autal presidente americano de andador em sua mais recente capa.

Há uma pressa [para substituir Biden]. O que essa capa revela, e o Guardian e o News York Times foram mais ou menos no mesmo caminho. De alguma forma, agora se tem uma ideia exata do acontecido, que nada mais foi do que um comentário do presidente sobre 'olha, acho que eu preciso me mexer'. Isso foi colocado pelo jornal New York Times como 'O presidente admite que vai sair [da campanha]'. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM e da PUC-SP

Nós estamos lidando com uma noite ruim, com uma situação talvez que o presidente tenha tido um aconselhamento ruim. [Talvez] Ele foi mais preparado para fazer uma discussão técnica sobre seu governo quando Trump enveredou. Trump sendo Trump no sistema de sempre e ele foi tomado de surpresa dada a agressividade. O presidente não entregou os pontos. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM e da PUC-SP

Parece que há uma intensa manifestação para que haja uma substituição a qualquer pressa. E a palavra é exatamente essa, nós estamos falando de coisas diferentes, mas há qualquer preço. A questão não está no etarismo do presidente Biden, a questão está no quanto essa troca repentina de candidato irá favorecer a candidatura Trump. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM e da PUC-SP

Trevisan diz que tentar tirar Biden da reeleição pode ajudar a eleger Trump de maneira mais rápida.

É disso que estamos falando. Temos exemplos históricos muito concretos. (...) Se nós ficarmos um pouquinho nesse quadro, talvez a gente consiga entender melhor que o quadro nos Estados Unidos é um quadro em que nós temos de alguma forma preservar as normas, as formas. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM e da PUC-SP

[A tentativa de tirar Biden pode eleger Trump] Mais rapidamente do que a gente imagina. Temos que ter clareza sobre algumas situações. Até a nomeação teremos menos de dois meses. Teríamos que abrir uma luta fratricida entre pelo menos cinco governadores, mais a Kamala Harris, mais dois ou três próximos do Partido Republicano que imaginariam. Não temos nenhum desses candidatos com liderança nacional, todos eles têm liderança regional. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM e da PUC-SP

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